Lula assina decretos e MPs que ampliam autonomia de universidades federais
Criado por Administrator em qua, 28/07/2010 - 08:41
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou em 19 de julho três decretos
e duas medidas provisórias que visam dar maior autonomia às universidades
federais do país. As medidas permitem a abertura de créditos suplementares para
instituições e seus hospitais universitários, o uso das sobras do orçamento do
ano anterior no exercício seguinte e a realização de concursos públicos sem
autorização prévia do Poder Executivo, entre outros pontos.
Os
decretos regulamentam ainda a assistência estudantil e liberam recursos para o Programa
de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais. Em relação às medidas
provisórias, uma estabelece as regras de funcionamento das fundações de apoio
às universidades e outra cria a margem de preferência para as compras públicas
de produtos e serviços brasileiros. A segunda MP possibilita que essas
entidades públicas possam comprar produtos de empresas brasileiras, mesmo que
os preços sejam superiores aos oferecidos por uma empresa estrangeira.
Em
seu discurso, Lula disse que a assinatura dos decretos e das medidas
provisórias é uma prova de que o governo federal aprendeu a escutar a sociedade e,
com isso, tem conseguido atender às suas reivindicações. “Uma coisa que vai se
consagrar nas políticas públicas do país é o fato de o governo ter aprendido
que ouvir as pessoas faz bem, mesmo quando elas estão zangadas, questionando.
Muitas vezes permite que a gente faça coisas corretas. Se não fossem as
criticas, poderíamos fazê-las incorretas”, disse Lula a reitores da Associação
Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais (Andifes).
O
ministro da Educação, Fernando Haddad, destacou que muitos problemas
enfrentados pelas universidades seriam facilmente resolvidos se esses
dispositivos já estivessem em
vigor. “A autonomia é mais do que isso, evidentemente, mas
diria que o grande anseio das nossas universidades era, justamente, um
arcabouço legal que permitisse que pessoal, custeio e investimento tivessem o
abrigo de um diploma legal para traduzir na prática aquilo que era um princípio
constitucional poucas vezes respeitado. O avanço feito por esses decretos é
muito significativo”, disse o ministro.
Haddad
afirmou que o governo está “indo ao limite do que a legislação
permite” para oferecer maior autonomia às universidades. “Não fica mais ao arbítrio
nem do ministro da Educação nem do ministro do Planejamento autorizar concursos
públicos para recomposição de pessoal que se exonera, se aposenta, enfim, de
alguma razão deixa de pertencer ao pessoal ativo das instituições”, disse.
“A
universidade, no gozo de sua autonomia, vai programar a reposição do seu
pessoal. O mesmo vale
para a execução orçamentária. As universidades passam a
contar, agora, com um diploma legal que lhes dá completa autonomia de gestão do
orçamento para remanejamento de verbas entre rubricas, apropriação de recursos
próprios e para a eventual execução orçamentária no ano seguinte daquilo que
não pôde ser executado no exercício anterior”, explicou o ministro.