Criado por Administrator em qua, 04/02/2009 - 10:03
As instituições privadas de ensino superior, onde
estudam três em cada quatro universitários brasileiros, têm
proporcionalmente menos estudantes concluindo seus cursos: apenas 55,4%
do total. É o que mostra o Censo da Educação Superior 2007, divulgado
ontem pelo Ministério da Educação (MEC). A taxa de conclusão mais alta
é das universidades federais com 72,6%.
O
cálculo leva em conta o número de estudantes que ingressaram quatro
anos antes e o total de concluintes, isto é, os alunos que chegaram ao
fim do curso em 2007. A média nacional ficou em 58,1%, sendo mais alta
nas universidades públicas (63,8% nas estaduais e 62,4% nas municipais)
do que nas privadas. O indicador dá uma ideia do tamanho da evasão dos
alunos, embora não seja um cálculo preciso. A partir deste ano o
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do MEC,
pretende adotar um novo modelo de coleta de dados que listará o nome
dos universitários e sua trajetória acadêmica, a exemplo do que já
ocorre no ensino básico.
O presidente do Inep,
Reynaldo Fernandes disse que a evasão universitária está ligada, de um
lado, à troca de cursos no início da faculdade e, de outro, à
dificuldades para pagar as mensalidades. O censo revela que o país
tinha 4.880.381 universitários em 2007, o que representa um crescimento
de 4,4% em relação ao ano anterior. Desse total o setor privado
respondia por 3.639.413 matrículas (74,57% do total) ante 615.542 nas
federais (12,61%), 482,814 nas estaduais (9,9%) e 142.612 nas
municipais (2,92 %).
Expansão de matrículas nas federais está crescendo
As
instituições federais mantidas pelo MEC apresentaram uma taxa de
expansão de matrículas de 4,4%, igual à média nacional e quase a mesma
do setor privado, que cresceu 5%. A diferença, no entanto, é que as
matrículas nas federais estão em ascensão enquanto o ritmo de expansão
nas privadas vem caindo. O crescimento de 4,4% nas federais é o maior
desde 2003, quando essas instituições registraram aumento de 6,7%.
Naquele ano, o setor privado deu um salto de 13,3%. Em 2006, porém, as
matrículas nas instituições particulares cresceram 6,3% e 1,8% nas
federais.
Fernandes lembrou que o censo
divulgado ontem contém informações de 2007, que ainda não captam os
resultados do Reuni, o programa de expansão das universidades federais.
A participação do setor privado nas matrículas do ensino superior, no
entanto, segue aumentando: de 70,76% em 2003, para 74,15% em 2006 e
74,57% em 2007. O censo mostrou que os cursos tecnológicos
continuam crescendo: de 278.727 marículas em 2006 para 347.856 em 2007
(mais 24,8%). O mesmo ocorre no ensino de graduação a distância, que
passou a responder por 7% do total de universitários do país, subindo
de 207.206 em 2006. para 369.766 em 2007.
Fonte: Jornal O Globo
Autor: Demétrio Weber