Criado por Administrator em ter, 12/12/2006 - 00:00
Quem caminha pelo centro histórico de Ouro Preto provavelmente imagina que está diante da mesma paisagem vista pelos Inconfidentes no século XVIII ou por D. Pedro II no século XIX. Por um lado é verdade. O título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido à cidade pela Unesco há 26 anos, é prova de que Ouro Preto, mais do que outros municípios brasileiros, conseguiu preservar a maior parte do conjunto arquitetônico de seus anos coloniais e imperiais. Mas, depois de uma visita à exposição “Ouro Preto, ontem, hoje e sempre”, uma mostra comparativa de fotografias dos anos 1930, 1940 e 2000, a Vila Rica que geralmente se pensa imutável há 200 anos perde seus contornos definidos. Aparece, então, uma cidade viva que tem sua trajetória marcada pelo embate dramático entre preservação do passado e desenvolvimento no presente. A mostra será aberta na próxima quinta-feira, 14, às 20h, no Espaço Cultural Fiemg, na Praça Tiradentes, e ficará até o dia 26.
Promovida pela Câmara Municipal e pelo Instituto de Filosofia, Artes e Cultura da Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto), a exposição tem seu grande atrativo no acervo do fotógrafo Luiz Fontana, que registrou a paisagem humana e urbana de Ouro Preto no segundo quartel do século XX. Exibidas ao lado de 28 fotografias contemporâneas, 78 imagens captadas por Fontana mostram ao espectador contemporâneo a intensidade do avanço do novo sobre o antigo nos últimos 60 anos. Colocando lado a lado uma Ouro Preto ainda com ares rurais, onde tropas de burros ficavam estacionadas em ruas e praças sem automóveis, e a Ouro Preto totalmente urbana do século XXI, a exposição quer instigar na população a reflexão sobre a necessidade de preservação do patrimônio histórico. Para isso, em breve o acervo de “Ouro Preto ontem, hoje e sempre” deve percorrer as escolas do município e ser disponibilizado na internet.