
Criado por Nathália Paes em ter, 17/06/2025 - 12:24 | Editado por Patrícia Pereira há 3 semanas.
Ingressar em um curso superior gratuito e de qualidade é o sonho de muitas pessoas, e a edição 2025 da Mostra de Profissões, realizada pelo Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) e pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), reforçou que esse sonho é possível. Realizada no último sábado (14) no Campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto, a Mostra teve como tema "Venha sonhar seu futuro" e mostrou que as oportunidades não são exclusivas para quem está concluindo o ensino médio, mas também para quem já concluiu essa etapa ou busca recomeçar os estudos.
O evento contou com o apoio dos departamentos dos 50 cursos presenciais da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), mobilizando toda a Universidade para apresentar o cotidiano acadêmico e as possibilidades de formação superior. A UFOP recebeu 100 escolas, que trouxeram aproximadamente 6,6 mil alunos de diversas regiões de Minas Gerais, além de cerca de 200 participantes que se credenciaram individualmente.
Para o reitor Luciano Campos, a Mostra de Profissões realiza um papel importante, considerando que as universidades enfrentam dificuldades para preencher todas as suas vagas. Para ele, iniciativas como essa cumprem um papel estratégico na aproximação com futuros estudantes. "É sempre bom ter muitos estudantes circulando pelo nosso campus, vendo o que a gente faz nas atividades do dia a dia, vendo que a Universidade é um lugar de ensino, de pesquisa e de extensão", disse ele, acrescentando que "a gente já sabe que muitos daqueles que passam por aqui vão se inscrever no vestibular para a UFOP".
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A pró-reitora de Graduação, Marlice Nogueira, destacou a importância da Mostra como ponte entre a Universidade e os estudantes do ensino médio. "A Mostra de Profissões é um evento da Universidade muito importante, porque é uma forma de chegar até os alunos do ensino médio, que serão nossos futuros estudantes. Mas o nosso objetivo principal é que os alunos das escolas públicas e privadas da região possam conhecer as formas de ingresso e as oportunidades que a UFOP oferece", explicou.
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VIVÊNCIA - As atividades da Mostra tiveram início com as salas interativas, que apresentaram as especificidades de cada curso por meio de experiências práticas e dinâmicas. Os cursos de Química Licenciatura e Química Industrial ofereceram aos visitantes diversas experimentações e demonstrações práticas, mostrando aplicações da química tanto na indústria quanto na área da educação, incluindo reações químicas e exemplos de uso em setores como o farmacêutico e o alimentício. Segundo o estudante da Licenciatura em Química André Luis, as principais dúvidas dos visitantes estavam relacionadas às possibilidades que o curso oferece além das disciplinas obrigatórias, como a iniciação científica, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), entre outros projetos. "Eles têm interesse em olhar esses outros lados e não só o curso como um todo", explicou. Na oportundade, André também compartilhou um conselho com os futuros universitários: "Vão pelo lado que vocês se aproximam no ensino médio, que vocês gostam. Mas estejam abertos à mudança, à experimentação, porque pode ser que lá na frente você descubra outra área de interesse. Só não deixe que isso te impeça de concluir o curso".
O aluno Luiz Eduardo, da Escola Estadual Antônio Silva de Monteiro, localizada na região do Vale do Aço, se encantou com a sala interativa do curso de Jornalismo. No espaço, ele teve a oportunidade de simular a narração de um programa de rádio e comentou sobre a experiência: "Não é só estar com o microfone entrevistando uma pessoa, é uma arma da população, é um jeito de as pessoas se defenderem. A rádio é a comunicação do povo", afirmou o estudante, que sonha em ser radialista e já pensa em ingressar no curso.
Já a estudante Emily, da Escola Estadual Tancredo Neves, estava animada para conhecer a sala interativa do curso de Artes Cênicas. Apaixonada por teatro, que pratica em sua igreja, ela se encantou pela profissão e sonha em ingressar no curso. "Eu gosto muito de todas as áreas que envolvem artes, mas o que mais me chama a atenção é o teatro mesmo, por me possibilitar falar em público", contou.
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MAIS ATIVIDADES - Ao longo do dia, também foram realizadas palestras promovidas por todos os cursos, que apresentaram suas áreas de atuação e esclareceram dúvidas dos estudantes. Além disso, a programação incluiu a palestra "Descomplicando a escolha profissional", com o objetivo de auxiliar os participantes no momento da escolha do curso.
Outro destaque foi a palestra "Cotas para Que(m)?", que abordou o sistema de cotas, explicando para quem ele é destinado e sua importância na promoção da equidade no acesso ao ensino superior. A atividade faz parte de um projeto de extensão da UFOP, que leva informações sobre a Universidade e suas formas de ingresso, via Enem, para escolas da região de Ouro Preto, Mariana e João Monlevade. Para o coordenador do projeto, Clézio Gonçalves, é fundamental não apenas garantir o acesso à universidade, mas também criar condições para que os estudantes permaneçam e avancem academicamente. "E quando eu digo permanência, não é permanecer aqui enquanto alunos da graduação, é mais do que isso", destacou, acrescentando que, se houver interesse do aluno, ele pode se tornar "um dos técnicos da Universidade, um dos professores da Universidade, que venha cursar os cursos de mestrado e doutorado".
A Mostra também contou com a apresentação de alguns projetos desenvolvidos dentro da UFOP, como o "Universidade Popular como Horizonte", realizado por estudantes do curso de Serviço Social. A proposta do projeto é levar às escolas da região o conceito de Universidade Popular, reforçando a defesa da universidade pública como uma conquista histórica dos movimentos estudantis e da classe trabalhadora. Para o participante do projeto, Jefferson, a Universidade Popular vai além do acesso à graduação, ela envolve a integração da universidade com a realidade da região e de seus diversos grupos sociais, por exemplo, "quando trazemos um grupo social como um movimento de artesãos para dentro da universidade, estamos dialogando diretamente com eles", explicou.