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Núcleo de Educação Inclusiva avança suas ações com formatura de estudante com cegueira

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Ana Elisa Siqueira 

A UFOP conta com cerca de 120 alunos e alunas que possuem algum tipo de deficiência ou necessidade específica. O estudante pode solicitar apoio especializado por meio Minha UFOP, na área do aluno – dados cadastrais. No último semestre, 30 novos discentes fizeram esse tipo de solicitação. O Núcleo de Educação Inclusiva (NEI), da Pró-Reitoria de Graduação da UFOP, foi criado para dar suporte a esses alunos e, neste mês, celebra a formatura do estudante Felipe Rigoni.

Felipe, que é o segundo aluno com cegueira formado na Instituição, concluiu o curso de Engenharia de Produção e recebeu (dos formados em 2014/1) o prêmio de melhor aluno de seu curso. Ele explica que o Núcleo esteve presente desde o início de sua vida acadêmica. "Quando fiz o vestibular, tive todo apoio que precisava para realizar a prova com êxito, durante a matrícula na Universidade, a equipe do NEI estava presente. Sempre me orientando sobre como proceder, garantindo que teria o apoio necessário para uma ótima graduação. Ajudaram inclusive com a questão de moradia", aponta.

Para realizar esse trabalho, o Núcleo se articula com os distintos setores da Universidade, como colegiado de curso, prefeitura do campus, demais pró-reitorias e as famílias, dialogando para que o trabalho seja efetivo. Marcilene Magalhães da Silva, pedagoga do NEI e responsável pelas atividades do Núcleo, explica que o objetivo é garantir a permanência com qualidade do estudante com deficiência ou demanda específica na Universidade, certificando que seus direitos sejam resguardados, assim como para qualquer outro aluno.

O Núcleo visa à autonomia do discente. "Estamos aqui para ser um apoio, mostrar aos alunos que eles podem ir longe, o tanto que eles quiserem, como é o caso do aluno Felipe Rigoni que conseguiu romper várias barreiras. A barreira não é a cegueira, são as barreiras sociais", pontua a pedagoga.

Felipe afirma que "esse tipo de iniciativa é que leva uma universidade a ser mais humana, igualitária e, com certeza, melhor". O ex-aluno elogia o apoio instrumental do Núcleo, como a produção dos materiais pedagógicos, além do auxílio na quebra de obstáculos psicológicos, comportamentais e ligados ao preconceito. Ele conta que a UFOP superou todas as expectativas. "Aqui encontrei pessoas incríveis, sempre dispostas a me ajudar e a ajudar qualquer um que precisasse. Desde a minha república, a minha sala, até o NEI. Todos são ótimos e sem eles não seria tão fácil e prazeroso fazer uma graduação", acrescenta.

Homenagem dos amigos
O estudante de pós-graduação e ex-aluno Levi Reis, que morou com Felipe na República Copo Sujo, conta que a UFOP e os colegas de classe sempre estiveram disponíveis em ajudar e aprender com Felipe. "Quando ele ingressou na Instituição, muita coisa era nova tanto para ele quanto para a Universidade em relação à inclusão. Com o tempo, a aproximação da Universidade foi cada vez maior." 

Durante as comemorações da formatura de Felipe Rigone, Levi o presenteou com um livro em braille, com recados de repúblicas e amigos. "Entrei em contato com o NEI e a gráfica da UFOP que possibilitaram que a mensagem ficasse pronta a tempo da formatura. Elaborar esse material, juntamente com outros amigos, foi muito satisfatório, mais ainda para Felipe que não esperava que deixássemos uma mensagem em braille", comemora.

NEI
O Núcleo de Educação Inclusiva foi criado em 2005 pelos conselhos Cuni e Cepe. Marcilene destaca que o Núcleo trabalha com o que o aluno apresenta em sua singularidade e que tipo de apoio ele requer da Universidade. Para a pedagoga, qualquer inclusão deve ser pensada, no mínimo, em três dimensões de acessibilidade: cultura, política e prática. "A UFOP só será inclusiva se culturalmente trabalharmos a formação de todos os sujeitos desta Instituição para o respeito da diversidade humana", declara. 

O trabalho deve ser institucionalizado para que os alunos tenham garantidos seus direitos. E a prática será efetiva se a Universidade estiver culturalmente preparada e desenvolvendo o trabalho de forma articulada.

Marcilene explica que são consideradas pessoas com deficiência aquelas que apresentam algum tipo de deficiência física, sensorial ou psicológica que, em contato com as barreiras sociais, atitudinais ou físicas, podem ter seus direitos não garantidos.

 

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