Criado por Administrator em ter, 20/03/2007 - 00:00
A Universidade Federal de Ouro Preto recebeu nesta quarta- feira, 21 de março, o secretário do Trabalho e Ensino em Saúde, do Ministério da Saúde, professor Francisco Eduardo Campos. O coordenador do programa Pró-Saúde falou sobre os “Rumos e Diretrizes do Ensino Médico no Brasil”.
O processo de instalação do curso de Medicina na UFOP foi destaque em seu discurso. Campos ressaltou que a discussão de trazer o ensino médico para a região de Ouro Preto já dura mais de três anos. “A UFOP foi apontada como a instituição ideal pela tradição no ensino e a infra-estrutura disponível”, justifica.
A graduação na área da saúde atende a uma necessidade de formação e fixação de médicos na região para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Programa de Saúde da Família (PSF). Principalmente para o PSF existe uma dificuldade de encontrar profissionais dispostos a prestar o serviço. “Eles normalmente não querem cuidar, querem curar”, explica Campos. Na opinião do professor, se cada formando ficasse no programa durante um ano, toda a demanda do Brasil seria atendida facilmente. Isto ocorre porque o modelo seguido para o ensino é geralmente para a formação de especialistas dentro do hospital. No sentido inverso, o Programa de Saúde da Família (PSF), que conta hoje com 27 mil equipes, quer chegar à marca de 40 mil equipes até o ano de 2010.
A mudança de postura dos profissionais é buscada com novos formatos de cursos na área da medicina e também em outras, como a odontologia e a enfermagem. O professor Francisco questiona a criação de um novo curso baseado em modelos antigos. “As formações atuais baseiam-se no passado, formando pessoas no presente também para o passado. O correto é pensar no futuro com as novas técnicas e práticas”, afirma.
A busca atual neste tipo de formação é um equilíbrio entre a excelência técnica e a relevância social. Por isso o Pró-Saúde estabelece três eixos para o ambiente de formação dos médicos: o espaço do ensino formal, o hospital universitário e o atendimento comunitário.
Reiterando as premissas seguidas na definição do formato para o curso de Medicina da UFOP, Francisco Eduardo Campos disse que os alunos precisam ter acesso a metodologias inovadoras de ensino, assim como tem sido o avanço tecnológico nesta área. “Não temos que repetir os erros dos outros para depois chegarmos à conclusão que é preciso mudar”, conclui.