Criado por Administrator em ter, 31/03/2015 - 15:34
Ana Elisa Siqueira
Uma pesquisa desenvolvida no Departamento de Engenharia de Minas da UFOP (Demin) busca aperfeiçoar o uso de um resíduo da indústria alimentícia em substituição, parcial ou total, ao amido, utilizado na flotação do minério de ferro. O amido pode ser extraído de diversas fontes vegetais, tais como milho, batata, mandioca, trigo e arroz.
A indústria mineral utiliza o amido (o de milho é mais comum) e também a amina (composto químico) para concentrar o minério de ferro através do processo de flotação. A proposta do estudo, ainda em pesquisa, é avaliar a potencialidade de um resíduo da indústria alimentícia, denominado BR por eles, em substituição ao amido.
A bolsista de Iniciação Científica do Projeto, Lídia Rezende, explica que, para a mineração, essa pesquisa traz uma evolução no que diz respeito à responsabilidade ambiental e social, visto o BR poder substituir o alimento (o amido) por esse resíduo que será reaproveitado.
"A indústria fabrica um determinado alimento e o que ela descarta desse processo, nós coletamos para testar sua utilização na mineração. O resíduo coletado é utilizado no processo de flotação do minério de ferro, que contém majoritariamente partículas de quartzo e hematita", explica a estudante, completando que a hematita é o mineral de interesse que contém o ferro. Ela acrescenta que o resíduo apresentou capacidade de "reagir" com a superfície da hematita durante a flotação, favorecendo a separação entre o quartzo e a hematita.
A primeira etapa da pesquisa foi realizada em parceria com a professora Sônia Maria de Figueiredo, da Escola de Nutrição da UFOP (Enut), que cedeu os resíduos para os primeiros testes em laboratório. Atualmente, a estudante utiliza material doado diretamente pela indústria para realização dos testes. A pesquisa será concluída em agosto de 2015.
Lídia iniciou os trabalhos como voluntária no Laboratório de Tratamento de Minérios, em julho de 2013. Ela conta que a experiência foi importante para seu amadurecimento acadêmico e profissional. "Através deste projeto pude adquirir experiências na realização de testes de forma cuidadosa e atenciosa, no intuito de obter resultados significativos. Pude entender como aplicar conhecimentos teóricos na interpretação desses resultados, e ainda, aprimorei qualidades como determinação, organização e raciocínio lógico", ressalta.
O ex-aluno da UFOP Vinícius Borges Pereira iniciou o estudo no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado em setembro de 2013. Lídia, que na época colaborava nos testes do TCC como voluntária, e sua orientadora, a professora Otávia Rodrigues, decidiram dar continuidade à investigação com o objetivo de buscar melhores resultados.