A Oficina de Monitoria e Avaliação Final referente ao encerramento do 2º ciclo do Plano de Ação Nacional para Conservação da Herpetofauna Ameaçada da Serra do Espinhaço em Minas Gerais, ou, simplesmente, o
PAN Herpetofauna do Espinhaço Mineiro, foi realizada na UFOP na primeira semana de dezembro. Os Planos de Ação Nacional (PANs) são ferramentas de gestão que têm como objetivo a implementação de ações que venham a aumentar o conhecimento sobre as espécies ameaçadas, conservar seus habitats e promover ações para a diminuição das ameaças, viabilizando a manutenção de populações viáveis na natureza.
Os PANs são de responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No caso da herpetofauna, grupo que reúne os répteis e os anfíbios, o planejamento e implementação de ações, assim como o monitoramento e a avaliação ficam a cargo do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN), ligado ao ICMBio.
Durante o evento, os participantes avaliaram a execução das ações do PAN Herpetofauna do Espinhaço Mineiro, as contribuições para a conservação das espécies sob risco de extinção e sua efetividade. O grupo considerou que houve avanços, mas que ainda há muito o que fazer. Estiveram presentes pesquisadores da UFOP, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, da Universidade Federal de Juiz de Fora e da Universidade Federal de Viçosa, além de representantes do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais (IEF/MG).
A professora do Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente (Debio) da UFOP Maria Rita Silvério Pires participa do PAN Herpetofauna do Espinhaço Mineiro desde o início. Com sua experiência em Zoologia e como pesquisadora na área de herpetologia, ela contribuiu em pesquisas na região de Ouro Preto e na conscientização da importância da conservação da herpetofauna, por meio dos projetos de extensão que desenvolve junto à Proex: Animais Peçonhentos e Tenda da Zoologia.
O PAN Herpetofauna do Espinhaço Mineiro terminou após dois ciclos de cinco anos cada (2012-2017 e 2018-2023), mas, segundo a professora, isso não significa que os esforços foram cessados ou que todos os objetivos foram atingidos. "Muitos deles fogem às nossas governanças e são objetivos de longo prazo, que deverão ser perseguidos por muito mais tempo", explica.
Com o encerramento desse PAN, foi definido que as espécies que permanecem em categorias de ameaça serão abarcadas pelo PAN Herpetofauna do Sudeste. Assim, as ações de conservação desta região de Minas Gerais continuarão a ser monitoradas, graças a esse outro PAN, que possui "um recorte geográfico muito maior", como lembra Maria Rita. O PAN Herpetofauna do Sudeste já está em execução, correspondente ao ciclo 2020-2025.