
Criado por Patrícia Pereira em qua, 30/08/2017 - 11:14 | Editado por Patrícia Pereira há 7 anos.
Mesmo com os cortes recentes do governo federal, de quase metade dos recursos destinados a ciência e tecnologia, debater novas maneiras e tendências para a divulgação científica foi a proposta principal do "4º Fala Ciência! Curso de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia - Quem sabe compartilha", realizado na terça (29), na Universidade Federal de Viçosa (UFV). A UFOP foi representada por jornalistas, bolsistas e estagiários da Coordenadoria de Comunicação Institucional, em uma parceira com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação.
Profissionais de diferentes áreas, interessados na divulgação científica, participaram do evento, que contou com palestras de comunicadores, cientistas e pesquisadores que desenvolvem modelos de divulgação científica, utilizando as novas mídias disponíveis e vislumbrando outras que estão surgindo.
Quem - "Quem deve fazer divulgação científica? Quem quiser". Essa foi a questão lançada pela bióloga Natália Pasternak Taschiner, idealizadora do blog Café na Bancada e coordenadora do projeto Pint of Science Brasil* (previsto para acontecer em Viçosa em 2018). Para Natália, o mais importante é definir qual público o pesquisador quer atingir, para fazer a opção. Para ela e para a maioria dos palestrantes, as mídias digitais se mostram como grandes potenciais para a divulgação científica, mas a mídia de massa não deve ser deixada totalmente de lado.
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Houve consenso sobre a necessidade de se fazer a divulgação científica para as novas gerações, por ser este o público que vem reconfigurando os conteúdos. "As instituições públicas ainda fazem a divulgação científica dentro das universidades. Temos que pensar a ciência 'pra fora', senão, não chegará à população", observou o jornalista e escritor Reinaldo José Lopes, participante por webconferência. Reinaldo venceu em 2017, o 37º prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, na categoria "Jornalista em Ciência e Tecnologia".
O jornalista e professor Alysson Lisboa apresentou recursos multimídias para a divulgação científica, utilizando as mídias impressas com apoio de imagens e infográficos, além da divulgação transmídia, para atingir os diversos públicos. Em seguida, o professor do Departamento de Solos da UFV, Carlos Ernesto Schaefer, apresentou de forma bastante crítica as notícias sobre aquecimento global e como os negacionistas do aquecimento global têm aparecido na mídia por meio da divulgação via agências de notícias. Segundo o professor, muito do que é publicado sobre o assunto nos jornais brasileiros e de vários outros países, via agências de notícias internacionais, desinforma mais do que esclarece.
Como - Mais direcionada aos que trabalham com mídias sociais, a jornalista e pesquisadora Sílvia Dalben mostrou ferramentas de monitoramento de sites e mídias sociais. Para ela, mídias de massa e mídias sociais se complementam, mas cada um define sua estratégia de acordo com seu público. Para encerrar o evento, o jornalista da UFV, Marcel Ângelo, realizou uma oficina de Pitches, voltada para quem trabalha com vídeos, uma tendência forte na divulgação científica. "Até 2019, 80% do tráfego online será por vídeo", prevê Sìlvia.
O evento foi promovido pela Rede Mineira de Comunicação Científica, da qual é integrante a Comunicação da UFOP, Fapemig, Comunicação e Pró-Reitoria de Pesquisa da UFV, Funarbe e PopCiênciaMG.
*Durante o Pint of Science, que acontece simultaneamente em várias cidades do mundo, pesquisadores de diversas áreas do conhecimento apresentam-se em bares, onde discutem seus temas de estudo e conversam com os frequentadores.