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Tecnologia desenvolvida na UFOP é destaque em projeto nacional de sustentabilidade energética

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Samira Silva
Grupo de 15 pessoas posa sorridente ao ar livre, com montanhas ao fundo. Elas estão lado a lado em pé, em área gramada, vestindo roupas casuais e crachás, indicando participação em visita técnica institucional.

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) resultou em uma startup que foi destaque recentemente em agenda no Palácio do Planalto, em Brasília, por sua proposta de geração de energia limpa utilizando resíduos orgânicos. A empresa Centro Sustentável de Tratamento de Resíduos (CSTR), criada a partir de estudos do Laboratório de Química Industrial da UFOP, foi contemplada com um investimento de R$ 4,5 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) por meio do edital InovaDoc, e pode se tornar modelo para programas em escala nacional.

 
A iniciativa despertou o interesse do Governo Federal, que estuda a aplicação da tecnologia em programas sociais. A proposta é utilizar os biodigestores nas Cozinhas Solidárias, projeto vinculado ao Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. A cozinha-piloto será implantada em Ananindeua (PA), como parte das ações em preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém.
 
Em visita a Ouro Preto na terça (10), a comitiva do Governo Federal responsável pelo acompanhamento do projeto cumpriu uma série de atividades no município. Os representantes foram recebidos pela manhã na Reitoria da Universidade e visitaram a Escola Municipal Monsenhor João Castilho Barbosa, onde acompanharam uma vivência pedagógica com o uso do biodigestor. Em seguida, conheceram o Centro de Referência e Pesquisa em Biodigestores, no laboratório do Departamento de Química Industrial. No período da tarde, a agenda seguiu em Cachoeira do Campo, onde os visitantes conheceram as instalações da CSTR e participaram de uma visita técnica às plantas-piloto da empresa. 
 
Representando a Secretaria-Geral da Presidência da República como coordenadora de Projetos da Coordenação-Geral de Articulação de Políticas Públicas, Andreia Amorim Dias explicou que a parceria com a UFOP e a CSTR foi fundamental para o avanço da proposta. "A cozinha pioneira que vai levar o biodigestor será a de Ananindeua, como uma forma de mostrar ao mundo essa sustentabilidade. Nosso objetivo é ampliar essa tecnologia para outras cozinhas do país e, quem sabe, além dele, contribuindo para a transição energética e a redução do uso do gás convencional", afirma.
 
ORIGEM DOS TRABALHOS - O professor da UFOP, Bruno Eduardo Baeta, fundador da CSTR, explica que o projeto começou com pesquisas realizadas no Laboratório de Química Industrial, voltadas à valorização de resíduos orgânicos. Ao longo de mais de 20 anos de estudo, surgiu a possibilidade de usar o biodigestor como ferramenta no processo de transição energética, utilizando resíduos orgânicos para gerar biogás e substituindo o gás de cozinha convencional.
 
"Iniciamos então um diálogo com o Governo Federal para aplicar esse modelo que já funciona na Escola Municipal Monsenhor João Castilho Barbosa, em escala nacional, especialmente em cozinhas comunitárias que atendem populações em situação de vulnerabilidade social", afirma. O sistema tem capacidade de tratar cerca de dez toneladas de resíduos anualmente, gerando uma economia de 30 a 40 botijões de gás nesse mesmo período. "Se ampliarmos isso para mais escolas e instituições no país, o impacto é enorme: tanto na redução de resíduos enviados a aterros sanitários quanto na geração de um biocombustível sustentável", prossegue o professor, complementando que esse é um projeto inserido na transição energética justa e horizontal, "que leva soluções diretamente para as pessoas, ao contrário da lógica vertical de grandes empreendimentos como usinas solares ou eólicas."
 
Bruno também destaca a importância do apoio da Finep para que esse tipo de iniciativa avance. Para ele, o programa é importante porque ajuda a resolver um problema comum nas universidades: a dificuldade de transferir o conhecimento gerado internamente para a sociedade. "Editais como esse são fundamentais porque oferecem os recursos necessários para integrar a tecnologia desenvolvida em laboratório ao mercado, muitas vezes com a participação de alunos de mestrado e doutorado, ampliando seu impacto social e econômico", finaliza.
 
FOMENTO À INOVAÇÃO: O projeto aprovado pela Finep está inserido nos níveis de maturidade tecnológica entre TRL 6 e 8, ou seja, tecnologias com protótipo validado em ambiente relevante ou operacional. O objetivo do edital InovaDoc é acelerar a transferência de soluções desenvolvidas em universidades e centros de pesquisa para o setor produtivo, promovendo inovação com base científica e potencial de aplicação prática. 
 
Confira a matéria realizada pela TV UFOP: 

 

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