A primeira versão do Projeto Político-Pedagógico (PPP) do bacharelado em Cinema e Audiovisual foi oficialmente apresentada à Reitoria e à Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), representando um passo fundamental para o andamento institucional da proposta de criação do curso. O documento foi entregue pelo professor do Departamento de Jornalismo da UFOP e presidente da Comissão Especial de Estudos e Implantação do futuro curso, Adriano Medeiros da Rocha.
Com 184 páginas, o documento reúne correlações históricas da UFOP e da cidade de Ouro Preto com o cinema, diretrizes conceituais e pedagógicas do curso, matriz curricular, ementário das disciplinas obrigatórias e optativas, perfil do egresso, análise de indicadores da indústria criativa e um estudo de necessidades de infraestrutura para a implantação da graduação.
O professor Adriano avaliou a entrega simbólica como um marco para a comissão. Ele afirmou que o momento representa a conclusão de uma fase de estudos e dedicação de anos. "A síntese do projeto apresenta um curso que entende o cinema e o audiovisual como elementos poéticos, artísticos e revolucionários. Propomos um bacharelado que olha para o interior, para as periferias, sem perder de vista uma integração latino-americana necessária".
Ele destacou ainda os princípios formativos do curso: "Buscamos um cinema-patrimônio, que desperte novos e inquietos olhares, capazes de descortinar fragmentos de identidade e pertencimento, catalisar reflexões e projetar novos futuros."
EXPECTATIVAS DA GESTÃO: O reitor Luciano Campos destacou a relevância simbólica e política do avanço do projeto. Segundo ele, "o curso de Cinema é um grande sonho para a UFOP". O reitor afirmou que a entrega do documento marca o início de uma nova fase. "Agora o projeto deve ser submetido à aprovação do Instituto de Filosofia, Arte e Cultura (Ifac), que será responsável pelo curso. Em seguida, precisaremos fazer um grande movimento político para que o MEC o aprove, pois sua criação depende de vagas, professores, técnicos e também de infraestrutura adequada."
O reitor também explicou que a gestão pretende mobilizar diferentes setores para fortalecer a proposta. "A ideia é unir esforços da comunidade do audiovisual, do cinema brasileiro e de pessoas envolvidas com a cultura para que a Universidade consiga conquistar esse curso nos próximos anos."
Luciano Campos ressaltou ainda o impacto acadêmico e cultural da nova graduação: "O curso agrega muito à nossa oferta formativa. Ele se soma às áreas artística e cultural, junto aos cursos da área cênica e da música. Ganha a Universidade, pela diversificação, e ganha, sobretudo, Ouro Preto, uma cidade vocacionada para o cinema, a arte e a cultura".
A pró-reitora de Graduação, Marlice Nogueira, por sua vez, enfatizou a potência pedagógica do projeto, especialmente por sua integração com outros cursos e equipamentos culturais da UFOP e da região. Segundo ela, "o projeto é muito profícuo e estimulante porque tem como premissa principal a articulação com outros cursos de graduação e com estruturas já bastante reconhecidas, como o Cine Vila Rica, os museus e a TV UFOP".
Marlice acrescentou que essa articulação "dá ao curso uma dimensão criativa e dialógica importante para a qualidade da formação profissional dos futuros estudantes, além de contribuir para a missão da universidade pública no desenvolvimento científico, social e cultural do país". Ela ressaltou ainda que a proposta ganha força por estar situada em Ouro Preto. "Trata-se de uma cidade com uma histórica relação com a produção de imagens e sons. O curso vai contribuir para ampliar essa predisposição cultural, formando profissionais para atuarem com preservação audiovisual e memória, aspectos fundamentais para construir uma sociedade mais crítica e justa", finalizou.
A partir de agora, o projeto seguirá para revisão por uma equipe técnica da Prograd e iniciará tramitação nos conselhos universitários, como o Concec, Congrad e Cuni.