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Escola do Rio Doce realiza encontro com alunos da especialização em educação e revitalização da bacia

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Nathália Paes
Participantes acompanham atentamente a programação do evento da especialização do projeto Escola do Rio Doce.
O programa Escola do Rio Doce realizou na segunda (28), um encontro com os alunos do curso de especialização “Projeto político pedagógico com ênfase em educação, mineração, rompimento e revitalização da Bacia do Rio Doce”. A iniciativa, desenvolvida desde 2021, é fruto de uma parceria entre a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
 
A mesa de abertura contou com a presença do coordenador do programa Escola do Rio Doce, Marcelo Loures dos Santos, que trasferiu o cargo à professora Paula Rodrigues. Também participaram a coordenadora e a vice-coordenadora do curso de especialização, Janete Flor de Maio Fonseca e Marcilene Magalhães da Silva, além do vice-coordenadordo programa, Jacks Richard de Paulo e da representante da UFMG, Maria de Fátima Martins.
 
A abertura do evento contou com uma apresentação musical dos alunos do curso de Música, sob a coordenação do professor Edésio Melo. O repertório incluiu canções com temática ambiental, como obras de Gonzaguinha e Gilberto Gil.
 

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Nathália Paes
Duas jovens se apresentam ao microfone enquanto um público atento acompanha a abertura do evento da especialização do projeto Escola do Rio Doce.
Apresentação musical dos alunos da UFOP na abertura do evento
 
Com duração de três dias, o encontro reuniu 120 alunos e teve como objetivo discutir os trabalhos em desenvolvimento, oferecer orientações para as próximas atividades e aprofundar a fundamentação teórica das ações. O curso de especialização tem como foco a formação e qualificação de professores da educação infantil ao ensino médio, visando a elaboração de projetos pedagógicos comprometidos com a reconstrução e a revitalização das áreas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.
 
MINERAÇÃO - Durante o evento, a professora Janete ressaltou a importância de abordar a temática da mineração nas escolas, indo além do rompimento em si e buscando ampliar o debate nas comunidades. “Escola é um espaço de diálogo e esse diálogo precisa falar sobre a realidade”, afirmou. Dentro dessa lógica, ela ressalta que é necessário pensar a educação não apenas a partir do rompimento da barragem, mas também considerando a presença histórica da mineração na região. “Estamos em um território minerador desde a época colonial. Por isso, é importante entender o que é essa atividade, o que ela foi e o que será a partir do rompimento", explicou. 
 
O projeto abrange 36 cidades mineiras situadas em regiões atingidas e capacita docentes para abordar temas como a revitalização ambiental, a mineração e seus impactos socioambientais.
 
ATINGIDOS - Uma das reflexões centrais trazidas pelo curso, segundo os organizadores, é a importância de conscientizar os profissionais das escolas sobre o fato de que eles, enquanto comunidade, também são atingidos pelo rompimento da barragem, mesmo que em alguns casos os impactos não sejam imediatamente visíveis. “Primeiro, é preciso conscientizar essas pessoas que estão nas escolas desses municípios de que eles são atingidos pela barragem”, destacou Paula. Ela explicou que em cidades como Barra Longa, onde boa parte do território foi tomado pela lama, os efeitos da tragédia foram mais visíveis e imediatos. Já em outros municípios, em que o Rio Doce passa mais distante das casas, os impactos podem parecer menos evidentes. “O curso levou essas pessoas à reflexão, porque todos tiveram que pensar: ‘Bem, o Rio está passando por aqui. Vamos ver como ele mudou a vida das pessoas, as nossas vidas’”, explicou Paula. 
 
A professora Maria Fátima Martins, da Faculdade de Educação da UFMG, participa do projeto desde o início e foi responsável por coordenar uma das primeiras ações da iniciativa. Para ela, o curso surge como resposta direta ao desastre do rompimento da barragem de Fundão. “Esse projeto nasce imediatamente após o rompimento, com uma pergunta fundamental: o que a escola tem a dizer sobre isso? Como ela se implica nesse processo? A partir dessa indagação, buscamos dar aos professores condições de compreender não apenas os impactos imediatos da tragédia, mas também o que significa ser um ‘atingido’”, explicou. Fátima também comenta sobre o papel da Universidade. “Nós temos que tratar questões que dizem respeito à formação de cidadãos conscientes e acho que esse curso traz alguns elementos que vão dar subsídios para os professores”, concluiu.
 
Para saber mais sobre a Escola do Rio Doce, acesse o site.
 

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Nathália Paes
Integrantes da mesa de abertura do evento da especialização do projeto Escola do Rio Doce acompanham a fala do professor Marcelo Loures.
Marcelo dos Santos fala sobre sua atuação no projeto durante a mesa de abertura
 

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