Em março, o Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da UFOP celebrou sua primeira década de existência. Tendo como área de concentração "Comunicação e Temporalidades", inédita e até hoje única no país, o programa já alcançou grandes feitos e aguarda a implementação do doutorado, aprovado em 2024 e previsto para iniciar no próximo ano.
Fruto do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), está diretamente ligado à interiorização da educação, permitindo que pessoas de diversas regiões — e que por ventura não tenham condições de se deslocarem para os grandes centros — possam concluir sua formação acadêmica.
A criação do programa se deu a partir do próprio curso de graduação em Jornalismo, que se dividiu em dois grupos com potencial de formar linhas de pesquisa e constituiu uma comissão, composta por quatro docentes, que deu início à formalização do processo. Esse começo reflete um diferencial que segue presente ainda nos dias de hoje, não apenas por sua identidade temática e teórica ligada às temporalidades, mas também por sua profunda relação com o espaço em que está enraizado.
Construído a contar das interações entre alunos e professores, o PPGCOM possui oito grupos de pesquisa ativos, inseridos dentro de duas linhas gerais: Linha 1 - Práticas Comunicacionais e Tempo Social; Linha 2 - Interações e Emergências da Comunicação.
Seu atual corpo docente é composto por 16 professores, dos quais seis fazem parte de toda a trajetória do programa. Três professores chegaram no ano seguinte a sua implementação (2016), e os outros sete foram incorporados posteriormente. Atualmente, há também um colaborador vinculado à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e um professor visitante, aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de outros pesquisadores que mantêm constante contato com o PPGCOM.
Ao longo destes dez anos, foram 113 dissertações produzidas, número que corresponde à quantidade de mestres formados pelo programa. A título de curiosidade, destes, 11 já obtiveram o título de doutor em outros programas de pós-graduação e 18 estão em formação no Brasil e no exterior, o que reforça a relevância desse espaço de reflexão crítica e produção de conhecimento.
Em 2022, logo na primeira avaliação quadrienal completa, o programa recebeu nota 4 e foi considerado apto para propor a criação do doutorado junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em agosto de 2024 essa proposta foi aprovada, e a primeira turma está prevista para 2026.
De acordo com o atual coordenador do PPGCOM, Fred Tavares, que, além de ter sido o primeiro gestor, está ocupando o cargo pela terceira vez, as expectativas para o futuro são grandes e o desejo é de que mais pessoas possam ingressar na pós-graduação, buscando sempre estratégias para consolidar um crescimento sustentável. "Assim como os programas mais antigos, que serviram de formação para muitos de nossos docentes, queremos atingir um patamar de maturidade, consolidando nossa posição no cenário acadêmico, e avançar ainda mais, fortalecendo o impacto na região e ampliando a projeção nacional e internacional", destaca.
Para que isso seja possível, Fred enfatiza que o cenário da pós-graduação no Brasil precisa ser repensado, especialmente no que se refere ao financiamento e ao fomento à pesquisa. Ele argumenta que "as bolsas devem ser mais valorizadas, e os docentes da pós-graduação, que hoje não recebem nenhum incentivo específico, precisam de maior reconhecimento institucional". Isso porque, segundo o professor, "como o programa amplia significativamente a oferta de cursos na Universidade, passando da graduação para o mestrado e doutorado, é necessário um suporte adequado para garantir sua sustentabilidade".
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