Criado por Administrator em qua, 26/03/2014 - 14:58
Estudar música vai além de aprender a tocar um determinado instrumento ou adquirir conhecimentos em composições e melodias. Exemplo disso são as pesquisas em música contemporânea desenvolvidas pelo professor do Departamento de Música da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Guilherme Paoliello. Segundo ele, essa modalidade pode ser definida como a “música elaborada no sentido de transformação da própria linguagem musical”.
Quebrar com os elementos tradicionais da música é uma das perspectivas da música contemporânea. “Ao invés de trabalhar com o ritmo muito marcado, o ritmo é difuso. No lugar da melodia, a música contemporânea trabalha com a textura, com a mistura de sons”, explica Paoliello. A partitura também foge do convencional: “Na música contemporânea, existe o uso de signos”. O ruído pode ser incômodo para muitos ouvidos. Já para a música contemporânea, esse elemento se mostra passível de composição.
O professor esclarece que “a música tradicional excluiu o ruído, no qual os sons são puros e afinados. Já a música contemporânea, inseriu”. O estranhamento em relação à música contemporânea, segundo Paoliello, pode ser explicado pelo fato de a indústria cultural não ter absorvido essas produções. “A música contemporânea não está nos meios de comunicação de massa. O lugar em que ela conseguiu maior espaço foi o cinema. Associada a uma imagem e aliada à dramaticidade, a música ruidística e tensa tem maior aceitação”, explica.
Pontos para Claves - Composta por Paoliello, “Pontos para Claves” é uma maneira de aplicar as pesquisas em música contemporânea no ensino da música. O aprendizado da música de forma lúdica e a simplicidade do instrumento em “Pontos para Claves” são elementos importante, favorecendo a didática.
Na disciplina “Prática Pedagógica em Música”, ministrada pelo professor, ele desenvolve os elementos da música contemporânea na educação musical que, segundo o pesquisador, é um processo que se apropria muitas vezes da música convencional, como a folclórica e a popular.
A música é uma expressão do nosso tempo. Para Paoliello, a educação tem que representar uma arte que seja metáfora do mundo atual. “A música contemporânea tem ruído, os sons são agressivos, e esse é o nosso mundo. Mais que o som, devemos compreender a música também como uma relação social”, finaliza.
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