Criado por Administrator em sex, 13/03/2015 - 13:19
Aldo Damasceno
O professor Éden Peretta, do Departamento de Artes Cênicas (Deart) da UFOP, lançará o livro "O soldado nu: raízes da dança butô" na próxima quinta-feira, 19 de março, às 17h, nas dependências do Deart, em Ouro Preto. O livro também será lançado amanhã (14), a partir das 18h, na "Livraria Cultura" do Shopping Iguatemi, em Campinas (SP).
Fruto de sua tese de doutorado, cursado no Departamento de Música e Espetáculo da Universidade de Bologna, na Itália, e publicado pela editora paulistana Perspectiva, com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da UFOP (PROPP), a obra reúne materiais e informações até então desconhecidas no Brasil sobre a dança Butô. Nesse sentido, a pesquisa e a obra servem como referência para os pesquisadores das artes cênicas e ciências humanas que se ocupam de estudos sobre o corpo. "Apesar de seu forte acento historiográfico, o livro também busca desdobrar algumas reflexões de cunho mais filosófico e sociológico ao problematizar as relações profundas existentes entre corpo e cultura, principalmente a dimensão política que as atravessa", destaca Peretta, que também aponta sobre a sua escolha de lançar o livro no Departamento de Artes Cênicas da Universidade. "A escolha por lançar simbolicamente o livro junto ao departamento no qual trabalho, busca aproximar a obra de seu público alvo prioritário, isto é, estudantes e pesquisadores das artes e das ciências humanas, ressignificando também nosso espaço cotidiano. Para além disso, realizar o evento em nossas dependências possibilitará a proposição de uma intervenção cênica paralela, proposta pelo grupo de pesquisa artística do qual faço parte (Caixa Preta), emprestando, assim, outras cores e formas a um evento que tradicionalmente apresenta uma estruturação muito asséptica", finaliza.
Confira o resumo da obra
Desde suas raízes, a dança Butô sempre esteve envolvida em uma atmosfera composta por polêmicas, rupturas e continuidades. Filha indócil de sua época, essa manifestação político-artística traz marcada, em todo seu processo de configuração histórica, as contradições inerentes a um preciso espaço-tempo. Construiu-se nos interstícios de uma cultura em ebulição; no solo fértil de uma cultura experimental e promíscua que, paradoxal e contemporaneamente, recusava e se alimentava de fragmentos tanto de suas origens nipônicas como da cultura ocidental. Descontinuidades e releituras das mais diferentes matrizes artísticas e culturais formam, portanto, o húmus do qual a dança Butô tirou suas forças para se afirmar como uma nova epistemologia do corpo, capaz de influenciar, de modo contundente, inúmeras linguagens artísticas no mundo contemporâneo.



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