Criado por Administrator em ter, 24/03/2015 - 14:38
Daiane Bento
A Universidade deve ser uma instituição que compete realizar os papéis para desenvolvimento humano, regional e sustentável de uma sociedade. Dessa forma, a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) retribuiu o investimento que recebe da comunidade, desenvolvendo os mais diversos projetos e estudos em prol das necessidades da população, solucionando assim problemas atuais e presentes na sociedade em seu entorno. Auxiliar os alunos a ter uma opinião formulada e crítica diante das realidades da sociedade também é função da Instituição, resultando em avanços científicos, tecnológicos e culturais.
Dessa forma, a comunidade acadêmica da UFOP contribui para disseminar o conhecimento produzido na academia. Vários projetos comunitários são mantidos por professores, ténicos e alunos da Instituição, mas alguns se destacam por sua efetividade na vida dos beneficiados. O professor José Margarida da Silva, do departamento de Engenharia de Minas, juntamente com a servidora aposentada, a revisora Magda Salmen, trabalham juntos no projeto de extensão Crer-ser.
Visando dar oportunidade às crianças e aos adolescentes, o Crer-ser começou em 2002 na Casa Lar e, em 2007, foi levado para o bairro Santa Cruz, em Ouro Preto. É uma parceria com o Movimento Familiar Cristão (MFC), sendo financiado uma parte pelo MFC e outra pelo fundo da Infância e da Adolescência. Com atividades de bordado, pintura, filmes, bate-papos de diversos temas, palestras e dinâmicas sobre valores, vida em equipe, sociedade e educação ambiental, além de cuidados com higiene, limpeza e preocupações civis, o projeto atende principalmente o bairro Santa Cruz, em virtude da carência do local, e conta também com um aluno bolsista do curso de Engenharia de Minas da UFOP, além de voluntários que se sensibilizam com o projeto. Os alunos participantes vivenciam a comunidade, treinam a liderança de atividades, preparam dinâmicas e trabalhos, além de praticarem a cidadania.
O professor, representando a UFOP, também trabalha no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) que é um órgão de fiscalização da atuação do engenheiro. É um cargo honorífico e sem remuneração. "O maior ganho é a troca de conhecimento entre colegas de profissão e o aprendizado nas discussões de que participamos, aprendemos a legislação, o Código de Ética Profissional, fazemos visitas técnicas e reuniões no interior do estado. É um trabalho importante de defesa dos direitos da sociedade e de um bom serviço técnico, em que vários ex-alunos da Escola de Minas da Universidade já participaram", explica José Margarida da Silva.
Oficina da Ciência e Cidadania
"Oficina da Ciência e Cidadania" é outro projeto de extensão que visa o retorno à comunidade. Realizado pelo Departamento de Engenharia de Minas da Universidade, em parceria com o Instituto Federal de Minas Gerais (Ifmg), trata da implantação de bibliotecas comunitárias. Organizado pelo professor Carlos Alberto Pereira, juntamente com as comunidades dos bairros Saramenha de Cima e Morro São Sebastião, o projeto já inaugurou duas bibliotecas comunitárias nos respectivos bairros, com o intuito de ampliar e dinamizar as oportunidades de leitura e estudo entre crianças, jovens, adultos e idosos.
Os bairros em questão foram escolhidos por serem mais distantes do centro da cidade, em consequência criando dificuldade de acesso dos moradores à biblioteca pública de Ouro Preto. A primeira biblioteca foi criada em 2001, no Morro São Sebastião e, em 2006, foi implantada a do bairro Saramenha, virando pontos de leitura e diversão, além de serem um meio de adquirir diversos conhecimentos. Neste ano, está prevista a instalação de mais uma no bairro Santa Cruz, nas dependências do grupo Nata.
"O foco nas bibliotecas é o desenvolvimento de atividades de estímulo à leitura, ao reforço escolar e às ações culturais e sociais. Isso tem concorrido para melhorias na leitura e interpretação dos estudantes atendidos, na transformação do espaço de leitura em local de práticas culturais e para viabilizar o acesso a produção literária brasileira e estrangeira clássica e a mais recente", detalha Pereira. O professor é um dos autores do artigo sobre as bibliotecas que será apresentado no XIII Congreso Iberoamericano de Extensíon Universitária, realizado entres os dias 1° e 4 de junho em Havana, Cuba.
A criação das bibliotecas como projeto de extensão foi pensada a partir do interesse em ajudar as necessidades das comunidades e na participação de graduandos da UFOP de diversos cursos, que almejam um sentimento de pertencimento e comprometimento com as pessoas do local. Logo, é uma via de mão dupla, pois acrescenta à Universidade a criação de laços com a comunidade local e propicia a ela novas oportunidades. Outro objetivo é que a própria comunidade administra as bibliotecas. Dessa forma, em 2013, foi formalizado um comitê responsável, com membros da comunidade, professores e bolsistas da Universidade e da Ifmg. Com isso, são realizadas reuniões periódicas que discutem as atividades a serem realizadas, buscando o aperfeiçoamento.
As bibliotecas funcionam de segunda à sexta-feira, das 13h às 17h, e contam com programação variada, além do empréstimo de livros. São oferecidos auxílio no dever de casa, reforço escolar, exercícios de aprendizagem e memorização, inserção no mundo digital, oficinas, oficina de leitura, gincanas e jogos, e passeios. Também são realizadas avaliações dos resultados junto à comunidade, como o acompanhamento da frequência na biblioteca, questionários de opinião, relatório dos bolsistas monitores e registro das avaliações dos participantes de atividades, passeios e oficinas. Foram realizadas campanhas de doações de livros, e hoje o acervo das bibliotecas conta com mais de 2.000 exemplares.
Esses são alguns dos projetos que envolvem e aproximam a Universidade e a comunidade daqui de Ouro Preto, porém a UFOP conta com dezenas de outros projetos de extensão que visam esse retorno do que é oferecido à Instituição. Eles podem ser acompanhados pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Universidade, uma das bases do alicerce de um ensino de qualidade.



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