Criado por Administrator em sex, 02/01/2015 - 12:36
Moradores podem receber informações técnicas gratuitas para melhorias dos espaços domésticos
Possibilitar soluções relativas à organização e à produção dos espaços domésticos de forma gratuita, rápida e desburocratizada. Esse é um dos principais objetivos do projeto de extensão da Escola de Minas da UFOP Arquitetura Aberta: aprender, discutir e informar, ação que visa ao contato direto com a comunidade ouro-pretana em atendimentos às dúvidas sobre modificação dos interiores e das áreas externas das residências. O projeto é realizado pelos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, com orientação da professora Sulamita Fonseca Lino.
Tudo começou com urnas estrategicamente colocadas em lojas de material de construção em que os moradores de Ouro Preto poderiam deixar suas perguntas e dúvidas sobre alterações dos seus espaços de moradia. A partir das demandas dessas pessoas que, na maioria das vezes, praticam a autoconstrução, os estudantes de Arquitetura e Urbanismo auxiliam nas resoluções dos problemas.
Dentre as questões recebidas, muitas estão relacionadas à correta disposição de móveis nos cômodos, conforme explica a coordenadora: “Você está assistindo à televisão e as pessoas da casa precisam o tempo todo passar na sua frente para ter acesso aos cômodos, ou você constrói muitos muros e se esquece da importância da iluminação e da ventilação do ambiente. Para o arquiteto tudo isso é um problema. Então, fazemos os estudos e informamos as possíveis saídas para o ganho dos espaços, tudo de acordo com as condições financeiras das pessoas, suas prioridades do momento”, explica a professora.
Além da melhoria na organização dos espaços, os auxílios técnicos do Arquitetura Aberta visam à economia de recursos utilizados nas construções. “Obra com caçamba na porta revela que não está havendo planejamento. Às vezes uma pequena interferência do arquiteto significa uma enorme economia. A orientação, nesse caso, pode reduzir os gastos pessoais e os impactos ao meio ambiente”, ressalta Sulamita.
Ao longo dos três anos do projeto que já ajudou mais de 20 famílias, várias soluções se mostraram viáveis, como a elaboração de uma estrutura efêmera para proteger as pessoas do frio em um casamento. Primeiramente, foi produzida uma maquete, depois foram realizados testes no local até a construção da estrutura. “Nessa ação, os alunos participaram de todo o processo, puseram a mão na massa e deu muito certo. O dono da casa gostou tanto do resultado que mantém a estrutura, que deveria servir a princípio apenas para festa, até hoje”, finaliza a professora.
Segundo a docente, o projeto tem como princípios aprender, discutir e informar sobre a produção do espaço. Ela avalia que a etapa da informação é a mais praticada, pois são inúmeros os casos em que houve diálogo sobre a necessidade de se respeitar a legislação, o meio ambiente, as condições climáticas e geológicas do terreno. Como consequência, as pessoas atendidas foram estimuladas a procurar profissionais com diferentes perfis técnicos para realizar as demandas.
As urnas do Arquitetura Aberta ficam disponíveis no Depósito Tiradentes, localizado no bairro Alto da Cruz (saída para Mariana). Os atendimentos também podem ser realizados nas manhãs de terça, quarta e quinta, na sala do projeto, que fica na Escola de Minas da Praça Tiradentes. Devido ao calendário acadêmico, as atividades pararam em dezembro de 2014. A expectativa é que o projeto retorne em março de 2015.