Criado por Administrator em sex, 11/11/2011 - 10:48
Depois da sonhada formatura, é hora de o recém-formado pensar no futuro profissional. Entrar para o mercado de trabalho, ou investir no próprio negócio? Diante do dilema e pensando em oportunidades de investimento, muitos jovens profissionais têm se tornado empreendedores. De acordo com pesquisa publicada pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor) em 2009, 20,8% dos jovens com idade entre 18 e 24 anos preferem montar o próprio negócio a buscar um cargo em empresas logo após a graduação.
Para empreender e gerar um negócio rentável é preciso mais do que formação, dinheiro e disposição para trabalhar. Suporte gerencial é fundamental. É nesse campo que atuam as incubadoras de empresas. Oferecendo apoio por meio de serviços especializados, consultorias e parcerias, as incubadoras facilitam a transformação de ideias e processos inovadores em produtos e serviços úteis e de qualidade para a sociedade.
Inovação tecnológica e transferência de conhecimento do meio universitário para a sociedade foi tema de palestra para alunos de graduação da UFOP, no dia 4 de novembro. Naiára Pacheco Ayres, gerente administrativa do INCULTEC, Centro de Referência em Incubação de Empresas e Projetos de Ouro Preto, conversou com alunos da disciplina “Ações Empreendedoras” e apresentou dados atuais que contextualizam a produção tecnológica e empresarial brasileira. Durante a palestra, Naiára Ayres reforçou a importância de estudantes pensarem em negócio como uma oportunidade desafiadora e possível. Na opinião do professor da disciplina, André Luiz Silva, “as universidades brasileiras ainda formam funcionários, pessoas interessadas apenas em prestar concurso público ou conseguir vagas em empresas”. A palestra abordou um estudo sobre o perfil empresarial do brasileiro, traçando histórico e futuras perspectivas para o setor.
Para a estudante Angélica dos Santos Silva, que estuda Geologia na UFOP, a incubação de empresas se mostra como uma excelente oportunidade para jovens interessados em investir no próprio talento. De acordo com a estudante, ter um negócio próprio não significa apenas ter mais liberdade para trabalhar. “Diante da competitividade do mercado, uma empresa própria pode ser uma boa fonte de recursos financeiros e me propiciar melhor qualidade de vida”, afirma a estudante.
A participação do Brasil na inovação é considerada crítica: 10 vezes menor do que sua participação na produção de pesquisas científicas. Isso significa que a maioria do conhecimento produzido em universidades fica retido e não se transforma em produtos e serviços para utilização pública. De acordo com o indicador de patentes USPTO (United States Patent Office), o Brasil detém apenas 0,2% das patentes mundiais, ao passo que 97% pertence a países desenvolvidos, tais como Estados Unidos, Alemanha e Japão. A baixa interação das universidades com indústrias, setores públicos e privados, o custo envolvido na apropriação intelectual de novas tecnologias e, a legislação brasileira, que dificulta parcerias entre empresas e universidades, estão entre os indicadores que justificam o baixo índice de participação do Brasil na criação de patentes.
Com o desafio de transformar conhecimento em empresas de sucesso e produtos de alto valor agregado, o INCULTEC apóia, em Ouro Preto e região, projetos inovadores oferecendo serviços especializados, consultorias e parcerias com instituições diversas, articulando comunidade acadêmica e empresarial para gerar desenvolvimento social. “Nosso objetivo é aproveitar a alta produção de conhecimento da região para viabilizar negócios produtivos e estimular a criação de produtos e serviços com maior valor agregado para Ouro Preto e municípios vizinhos”, pontua Naiára Ayres. A idéia do centro de incubação é estimular o investimento por oportunidade, no qual o empreendedor vislumbra o investimento como forma de melhorar sua condição de vida. Ao contrário do empreendimento por oportunidade, o empreendimento por necessidade acontece quando o empreendedor se vê forçado a montar um negócio pela falta oportunidades profissionais.