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Reinauguração do Museu Aleijadinho na Matriz de Nossa Senhora da Conceição

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O Museu Aleijadinho, instalado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, em Ouro Preto, Minas Gerais, será reinaugurado no dia 27 de novembro (terça-feira), com uma moderna concepção museográfica, idealizada pela Associação Espírito Santo Cultura, onde a visitação pública irá interagir harmoniosamente com os espaços religiosos. O museu exibirá obras do artista, documentos originais e um rico acervo de arte sacra. O legado artístico do gênio da arte barroca brasileira, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, pela primeira vez estará reunido em um só lugar. Um multivídeo, apresentado em uma grande tela instalada dentro da igreja, mostrará toda a obra de Aleijadinho que está espalhada pelas cidades históricas mineiras. A nova fase do museu será marcada ainda pela exposição de uma belíssima coleção de totens de madeira que retratam as etapas de elaboração da talha barroca dourada, uma doação da Fundação Calouste Gulbenkian, de Portugal. O projeto de requalificação do museu tem o apoio da Iphan/Ministério da Cultura, do Governo do Estado de Minas Gerais e da Prefeitura de Ouro Preto.

 

O acervo do museu dispõe de peças notáveis do mestre do barroco, como os leões de essa (que sustentavam as urnas nas cerimônias fúnebres); o São Francisco de Paula, um raro santo de roca (de vestir), em pedra sabão policromada; o Crucificado e um conjunto de relicários. Entre as relíquias, uma deverá chamar muita atenção do público: o metacarpo (osso que fica entre o carpo e os dedos) de uma das mãos do artista. Até hoje, a medicina não determinou o que provocou a perda dos dedos das mãos e dos pés do mestre do Barroco, que amarrava as ferramentas de trabalho nos cotos das mãos para esculpir as imagens que competem com o melhor do Barroco europeu. Além do osso da mão, uma das vértebras do artista também estará em exposição. 

 

A Associação Espírito Santo Cultura sente-se honrada em poder devolver à cidade de Ouro Preto e a seus visitantes o Museu Aleijadinho renovado.  As linhas mestras de nossas propostas foram definidas desde o início: a ênfase na dimensão universal da obra de Aleijadinho; a concepção de uma unidade museológica “revitalizada”, convivendo com um templo aberto ao culto; e o papel do museu na captação de novos públicos. Consideramos ainda as realidades pedagógica e didática, com o uso de tecnologias de multimídia capazes de virtualmente trazer para o espaço do museu a obra de Aleijadinho, dispersa pelas cidades mineiras. Um convite para os visitantes percorrerem o belíssimo roteiro do Barroco, explica Maria João Espírito Santo Bustorff Silva, presidente da Associação Espírito Santo Cultura.

 

O Museu Aleijadinho passa a ter, além das salas da sacristia e da cripta, um novo espaço de exposição permanente no consistório, um mini-auditório e uma sala para projeções de áudio e vídeo nas tribunas do santuário. Com a requalificação, o Museu Aleijadinho se transforma em uma referência da obra do artista. O trabalho de museografia é do arquiteto Haron Cohen. A curadoria do museu é do historiador português José de Monterroso Teixeira, um especialista em cultura barroca. Os espaços do Aleijadinho foram organizados por temas: “Festa Religiosa”, na sala do consistório, mostrará paramentos litúrgicos,  sacras de altar e relicários utilizados nas festividades da Igreja;   “O ouro”, na antiga sala da sacristia, onde ficarão em exposição permanente os objetos de policromia dourada, tocheiros e prata dourada, que caracterizam a refulgência da sociedade mineira da época; “Encenação da morte”, na sala da cripta, onde serão expostos objetos fúnebres, tais como os leões de essa e os crucifixos; e “Arte da Talha”, na sala do consistório, onde também estarão expostos os totens em madeira, que vieram de Portugal, importante coleção que teve a curadoria do historiador de arte norte-americano Robert Smith.

 

O Museu Aleijadinho veio destacar e enfatizar um território no qual pulsa o gênio do artista e se evoca a sua caminhada, que assinala a trajetória do ciclo do ouro e da primeira sociedade urbana do Brasil. Texto e contexto se articulam. A esplêndida transformação que se concretiza no Museu Aleijadinho honra a cidade patrimônio mundial da humanidade e abre várias possibilidades de ação e de educar, de instigar a sensibilidade, de enriquecer o conhecimento e de dotar a cidadania de identidade cultural. Com inovações que o valorizam, o Museu Aleijadinho credencia-se a ser o pólo de convergência dos estudos aleijadianos, afirma Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, prefeito de Ouro Preto.

 

O projeto de requalificação do Museu Aleijadinho, que contou com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, foi patrocinado por Espírito Santo Investiment, Cemig, Caixa Econômica Federal, Fundação Calouste Gulbenkian e Bradesco Seguros e Previdência.

 

Evento de reinauguração

 

A reinauguração do Museu Aleijadinho será no dia 27 de novembro de 2007 (terça-feira), às 17h, com a presença do ministro da Cultura, Gilberto Gil; do governador do Estado de Minas Gerais, Aécio Neves; do prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo de Araújo Santos; do presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida; do embaixador de Portugal, Seixas Corrêa; da presidente da Associação Espírito Santo Cultura, Maria João Espírito Santo Bustorff Silva; e do fundador do museu, Dom Francisco Barroso, entre outras autoridades. O Museu fica na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias, na Praça de Antônio Dias - Bairro Antônio Dias - Ouro Preto, Minas Gerais.

 

Acesso ao tesouro do Barroco

 

O público terá acesso virtualmente ao importantíssimo legado que Aleijadinho deixou. Ele foi arquiteto, escultor e desenhista. O museu exibirá permanentemente um multivídeo que mostrará todas as obras do artista que estão em Minas Gerais. O trabalho do mestre do Barroco será apresentado em uma grande tela, instalada dentro da igreja, na tribuna do lado esquerdo. O multivídeo, com 12 minutos de duração, é uma espécie de “poesia visual”. A edição, pontuada por trechos de versos de poetas brasileiros — Cecília Meireles, Carlos Drumond de Andrade, Manuel Bandeira, Oswald de Andrade e Murilo Mendes — valoriza o caráter estético das imagens. Em um dos trechos, Cecília Meireles narra com emoção única a saga de Aleijadinho:”Todos os sonhos barrocos deslizando pelas pedras...Anjos e santos nascendo em mãos de gangrena e lepra. Armado pó que finge eternidade, lavra imagens de santos e profetas cuja voz silenciosa nos persuade....”.

 

As obras de Aleijadinho estão apresentadas por cidades: Caeté, Barão de Cocais, Nova Lima, Catas Altas, São João Del Rey, Sabará, Mariana, Congonhas do Campo e Tiradentes. As imagens são do fotógrafo José de Paula Machado. A pesquisa musical foi realizada pela historiadora Anna Kieffer, que produziu especialmente uma trilha sonora de música barroca e sonoridades da época para recriar o ambiente do Brasil colônia. 

 

Livro-catálogo revela conteúdo do Museu

 

O livro “Aleijadinho: devoção e drama”, com todas as informações referentes ao acervo do Museu Aleijadinho, será lançado na reinauguração do museu, no dia 27 de novembro. Os textos são do curador da exposição, José de Monterroso Teixeira, com prefácio da professora Myriam Andrade Ribeiro de Oliveira, a maior autoridade brasileira na obra do Aleijadinho. A obra explica ainda a contextualização do museu, além de conter uma detalhada cronologia referente aos acontecimentos políticos e econômicos, à cultura geral e às artes, de 1738 (ano provável do nascimento de Aleijadinho) até 1814 (ano de sua morte). O livro-catálogo foi editado pela Editora Meta Livros e tem cerca de 200 páginas. A coordenação editorial é da Associação Espírito Santo Cultura.

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