Criado por Administrator em qui, 27/11/2014 - 16:50
Agliene Melquíades
O terceiro dia da Semana de Letras da UFOP, terça-feira (27), contou com palestras, apresentação de trabalhos por grupos temáticos e oficinas. Destinada a alunos do curso, professores da UFOP e de outras universidades, toda a programação do evento ocorreu nas dependências do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS).
Palestra "Enunciação e práticas discursivas: abordagens possíveis"
No período da manhã, aconteceu no auditório do ICHS a palestra “Enunciação e práticas discursivas: abordagens possíveis”. Participaram da conversa o doutor em Linguística pela PUC do Rio Grande do Sul, professor Valdir do Nascimento Flores, e o doutor em Estudos Linguísticos pela UFMG e professor adjunto do Departamento de Letras da UFOP, Melliandro Mendes Gallinari.
A partir da obra Leite Derramado (2009), de Chico Buarque, Valdir analisou a repetição de termos presentes no texto como um traço de construção de memória do romance e falou sobre a impossibilidade de se transpor categorias da linguística para o campo literário. Com o tema "Ethos e modalização", Melliandro abordou o aspecto neutro que expressões e palavras possuem quando não estão submetidas a uma determinada moral, crença, cultura e contexto, e a possibilidade de se perceber as intenções e crenças do locutor pela análise das mensagens emitidas.
Palestra “Cânone e arquivo”
A mesa- redonda “Cânone e arquivo” foi composta pela professora adjunta de Literatura Brasileira na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Andréa Sirihal Werkema, e o professor adjunto de Literatura Brasileira e Teoria Literária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Pedro Dolabela. A palestra, ocorrida no auditório do ICHS, foi mediada pelo professor adjunto de Literatura no Departamento de Letras da UFOP, Emílio Carlos Roscoe Maciel.
Andréa ressaltou a importância de Machado de Assis como crítico literário, seu papel como cânone da literatura brasileira nos séculos XIX e XX, e sua capacidade, como crítico e romancista, de influenciar obras posteriores a sua. Ela afirma que “ele criou um padrão literário para que a obra da literatura brasileira pudesse ser lida até os dias de hoje. Machado influenciou até mesmo o que veio antes dele”. Pedro falou da narrativa como um mecanismo de descrição da cultura nacional e organização social de determinada época, podendo ser resgatada no futuro, e da história como um material para a criação do romancista.
Grupos Temáticos
No decorrer da tarde, houve apresentações de trabalhos de grupos temáticos. As atividades eram pesquisas em andamento ou já concluídas, de estudantes de graduação, mestrado, doutorado da UFOP e de outras universidades, como a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Foram apresentados trabalhos de iniciação científica, monografias, dissertações, teses e artigos. As pesquisas eram direcionadas a temas como "Aspectos sonoros da linguagem", "Discurso e memória: entre oralidade e escrita", "Variação/diversidade linguística", "Oralidade e letramento e ficção brasileira contemporânea: diálogos com o cânone?", "Literatura brasileira: diálogos e novos letramentos" e "Ensino de língua estrangeira".
Minicursos
Palestras e apresentação de pesquisas, minicursos de diversas temáticas no campo de Letras foram ministrados por professores e alunos da UFOP e de outras universidades. Dentre os temas das oficinas, estavam “A redação no Enem e os itens de ‘linguagens, códigos e suas tecnologias’: novas perspectivas” e “A modernidade em ruínas: Drummond e Murilo Mendes”, além de workshops direcionados à constituição, à história e a técnicas de ensino de outras línguas.
A oficina “Tópicos de italiano e japonês: ferramentas virtuais de aprendizagem de diferentes línguas” foi ministrada por Maria Fernanda Villari, mestranda na Università degli studi di Napoli L'Orientale da Itália e intercambista em Relações Internacionais na USP, que ressaltou que a tecnologia tem um papel muito importante como mecanismo de ampliação de oportunidades de se ter contato com outras línguas. “A internet dá a possibilidade de as pessoas se aproximarem com mais facilidade das línguas de interesse. Antes era preciso procurar alguém ou alguma instituição que ofereciam o curso da língua desejada, e, em alguns locais, era difícil encontrar cursos para idiomas como o japonês, por exemplo”.



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