Criado por Administrator em qua, 27/11/2013 - 10:11
Mariana Borba

Luiz Carlos dos Santos, 53, contador da UFOP, é conhecido como Dragão desde a infância. Campeão mundial e brasileiro de jiu-jítsu, possui mais de 10 medalhas em disputas estaduais e ganhou a medalha de ouro no dia 16 de novembro em Betim. O campeonato, realizado pela Liga Brasileira de Jiu-Jítsu e pela X-Combat, foi o Panamericano, com a presença de inúmeros atletas de fora do País. No mês de junho, também participou do Campeonato Mundial de Jiu-Jítsu Esportivo, realizado pela Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu Esportivo; dentre quatro mil atletas, Luiz Carlos ganhou em sua categoria a medalha dourada.
Arte marcial milenar japonesa, o jiu-jítsu foi desenvolvido para se tornar um embate sem a utilização de armas. Não se sabe ao certo a data e o lugar de sua origem. Golpes precisos, torções específicas e técnicas para derrubar o oponente são alguns dos ensinamentos dessa modalidade. Luiz iniciou nas artes marciais em 1973, no antigo ginásio da UFOP, com o professor Edson Loureiro, conhecido como Ratão. “Na época, eu também lutava em uma academia de judô, tenho formação nas duas lutas. Eles fechavam os espaços onde treinavam jiu-jítsu, porque os militares achavam que era formação de guerrilheiro. Mas, como nesse lugar tinha uma placa de “judô”, não foi fechado”.
Foi em Ponte Nova que, na adolescência, ouviu falar das lutas devido aos contratados de uma hidrelétrica na cidade, provenientes de outros países, inclusive do Japão. O lutador, que possui faixa preta desde 1981, graduou-se com a primeira turma de Minas Gerais, mas só pôde validar a faixa em 1984, por causa da sua pouca idade - no jiu-jítsu, o atleta não retira a faixa preta antes de 21 anos.
Luiz dá aulas de jiu-jítsu desde 2005, no campus Morro do Cruzeiro, para a comunidade. Concluiu, no último mês de outubro, o mestrado em Administração Acadêmica e faz questão de agradecer ao professor Adaílton Magalhães da UFOP pela oportunidade em ceder o espaço dentro da Universidade para que outras pessoas conheçam a luta. Nas aulas, é rígido em relação aos ensinamentos que aprendeu com outros mestres: “O meu jiu-jítsu é o tradicional, eu peço para os alunos me cumprimentarem em japonês, falar o nome dos golpes na língua em que a luta nasceu”. O professor finaliza sobre a preparação dos estudantes na luta: “O que ensino é para a vida”.