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Trabalho do Defis recebe prêmio e pode otimizar estratégias de reflorestamento

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Ana Elisa Siqueira

Um estudo desenvolvido pelo grupo de pesquisa da Ciência da Complexidade do Laboratório de Simulação Computacional (labSimCo), do Departamento de Física da UFOP (Defis), cria um modelo de reprodução no processo de dispersão de sementes por morcegos frutíferos, uma ação positiva na recuperação de florestas degradadas. O trabalho recebeu o prêmio Elisabeth Kalko de trabalho mais inovador, durante o VIII Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros, ocorrido em maio deste ano.

O processo, denominado forrageio, caracteriza-se pela estratégia de busca por recursos alimentares. “É uma habilidade particularmente importante, pois afeta a aptidão do animal, influenciando diretamente a sobrevivência e a reprodução do organismo” explica o professor Carlos Felipe Pinheiro.

O trabalho Simulação Computacional da Dinâmica de Forrageamento de Morcegos Frutíferos foi desenvolvido pelo estudante de Física da UFOP, Pedro Henrique Lobo Fernandes, sob orientação dos professores Carlos Felipe Pinheiro, Everaldo Arashiro e Alcides Castro e Silva. A proposta do modelo é simular a trajetória de voo de morcegos guiados pelo olfato, reproduzindo assim, os padrões espaciais de forrageamento e de dispersão de sementes. Carlos Felipe Pinheiro acredita que o estudo “pode abrir caminho para otimização de estratégias de reflorestamento com auxílio desses animais”.

Para aprimorar o modelo, o grupo contará com a colaboração de biólogos especializados no estudo de morcegos. “Dessa interação, deverá resultar a validação do modelo, com a possível reprodução de comportamentos reais observados em campo por esses biólogos.”, conclui Pinheiro.

Ainda sobre o prêmio, o professor destaca a motivação para o prosseguimento da pesquisa. “Demonstra que existe o interesse por parte de biólogos em trabalhos de modelagem computacional e que é possível a interação entre físicos e biólogos para a construção do conhecimento”, assinala.