Criado por Administrator em qua, 12/11/2008 - 15:44
O trabalho Polímeros Luminescentes como Sensores de Radiação Não Ionizante: Aplicação em Fototerapia Neonatal, orientado pelo professor do Departamento de Física (Defis) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Rodrigo Fernando Bianchi, é um dos seis finalistas do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o Sistema Único de Saúde (SUS) 2008 na categoria Trabalho Publicado. A premiação é uma iniciativa do Ministério da Saúde que, desde 2002, visa a valorizar o trabalho da comunidade científica em prol das políticas públicas do país.
A cerimônia de entrega do prêmio será realizada dia 9 de dezembro de 2008, às 14h, no Auditório Emílio Ribas, na sede do Ministério da Saúde, em Brasília – DF. Nela serão anunciados o trabalho premiado e as menções honrosas em cada categoria.

O grupo de pesquisadores – formado por uma equipe multidisciplinar e por pesquisadores e alunos do Laboratório de Polímeros e Propriedades Eletrônicas dos Materiais (Lappem) do qual Rodrigo Bianchi é coordenador, desenvolveu um dosímetro a base de materiais orgânicos luminescentes que monitora a radiação de maior eficiência no tratamento da hiperbilirrubinemia neonatal (icterícia). A patologia é uma condição comum em neonatos, podendo atingir até 150 mil recém-nascidos por ano apenas no Brasil. Refere-se à cor amarela da pele e do branco dos olhos causada pelo excesso de bilirrubina no sangue, pigmento gerado pelo metabolismo das células vermelhas do sangue. O acúmulo de tal pigmento é extremamente tóxico para o sistema nervoso, podendo causar lesões graves e irreversíveis ou até mesmo a morte se não tratado corretamente. O tratamento mais indicado é a fototerapia ou banho de luz, que consiste na exposição da criança a uma fonte luminosa preferencialmente na região do azul. Porém, segundo os pesquisadores da UFOP, muitos hospitais ou maternidades não têm feito este tratamento corretamente, expondo as crianças a fontes luminosas erradas, ineficientes ou a distância do recém-nascido aquém da necessária para o bom tratamento e acompanhamento da doença.
Os problemas foram notados pelo Professor quando, ainda trabalhando em São Paulo pela Universidade de São Paulo (USP), foi comprar uma lâmpada fluorescente azul específica para o tratamento de icterícia e o vendedor que o atendeu comentou ser ele uma das raras pessoas que comprava a lâmpada correta, pois a maioria dos hospitais adquiria apenas as lâmpadas brancas comuns, devido ao baixo custo. A partir da chegada em Ouro Preto, do ingresso na UFOP em 2006, pesquisas no Lappem e visitas a Unidades de Terapia Intensiva (UTI's), Rodrigo orientou a aluna do curso de Física, Cláudia Karina Barbosa de Vasconcelos, no desenvolvimento da pesquisa e na criação do dosímetro, aparelho para medir a quantidade de luz na região do azul absorvida por crianças que estão sob tratamento da icterícia. Com a patente depositada em janeiro de 2007, atualmente os pesquisadores estão trabalhando para transformar o projeto em produto.
Para desenvolver o aparelho, os pesquisadores obtiveram recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).



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