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UFOP conquista primeiro lugar no Prêmio Henri Nestlé com pesquisa de nutrição em saúde pública

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Fernanda Mafia*

Com uma trajetória de seis anos de pesquisa, a jovem cientista Ana Luiza Gomes Domingos colhe frutos. O mais recente, o prêmio Henri Nestlé, foi recebido na noite de ontem, 27, na sede da empresa, na cidade de São Paulo. A ex-aluna da UFOP, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição, conquistou o primeiro lugar na categoria Nutrição e Saúde Pública do prêmio, que se propõe a incentivar a produção de pesquisa científica no Brasil, desenvolvida por profissionais e estudantes.

Para chegarem à final do Prêmio Henri Nestlé, os resumos dos trabalhos inscritos são avaliados e, posteriormente, os trabalhos completos são enviados para avaliação. Por fim, os pesquisadores apresentam o estudo para uma banca de especialistas. Nessa última etapa, que foi realizada na tarde de ontem, a UFOP concorreu com a Universidade de São Paulo e a Universidade Federal de Goiás na categoria de pós-graduados.

O presidente da Nestlé no Brasil, Juan Carlos Marroquín, esteve presente na cerimônia de premiação e parabenizou todos que chegaram até a final. Segundo ele, “todos os participantes do processo aprenderam juntos”.

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Ana Luiza Gomes Domingos recebendo certificado. Divulgação. 

Sobre a pesquisa -
Com o objetivo de detectar precocemente doenças cardiovasculares em adultos e crianças, o estudo realizado por Ana Luiza buscou avaliar o perfil nutricional, em dados antropométricos, clínicos, bioquímicos, consumo alimentar e atividade física de crianças de 6 a 10 anos da cidade de Nova Era, em Minas Gerais. “Há algum tempo, a prefeitura da cidade havia observado o aumento dessas doenças nos adultos”, contextualiza.

Posteriormente, esse resultado foi enviado à escola e aos pais dos alunos, com o objetivo de fornecer dados à prefeitura do município como subsídio ao planejamento das ações de saúde pública na região. Além disso, os alunos que apresentaram alguma alteração nos exames foram encaminhados para acompanhamento pelos profissionais da rede municipal de saúde. “É durante a infância que as pessoas começam a apresentar os fatores de risco de uma doença cardiovascular. Identificar isso com antecedência pode prevenir essas doenças”, esclarece a professora Sílvia Nascimento de Freitas, da Escola de Nutrição (Enut) e orientadora.

A pesquisa também foi coorientada pelos professores George Luiz Coelho da Escola de Medicina; Ana Carolina Volp da Enut; Fernando Luiz de Oliveira do Departamento de Estatística e Ivo Santana Caldas do Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas (Nupeb). Apesar de o estudo ter sido realizado em uma cidade específica, a metodologia pode ser aplicada a qualquer situação.

Trajetória – “O trabalho selecionado começou a ser desenvolvido na iniciação científica, ainda na graduação, e continuou no mestrado”, conta Ana Luiza, que participava de ações de pesquisa desde o primeiro período do curso de Nutrição, sempre em parceria com a professora Sílvia.

Para a pesquisadora, ser contemplada com o primeiro lugar é uma forma de reconhecimento pelos anos de trabalho. “Esse prêmio mostra que a Enut forma bons profissionais”, comemora Sílvia. “Na iniciação científica, os alunos precisam ter autonomia e aprender a fazer”, completa. A vencedora foi contemplada com uma viagem à Suíça, que inclui visita ao centro de pesquisa da Nestlé Research na cidade de Lausanne. Já a orientadora recebeu valor em dinheiro.
 
Essa é a segunda vez que a Escola de Nutrição conquista o prêmio Henri Nestlé. Em 2010, o trabalho da professora Michele Corrêa Bertoldi, intitulado Efeito da hidrólisepor β-glicosidase na absorção, capacidade antioxidante e atividade anticarcinogênica in vitro de polifenóis de diferentes variedades de manga (Mangiferaindica L.)foi classificado em primeiro lugar na área de Ciência e Tecnologia de Alimentos. 

*A repórter viajou a convite da organização do Prêmio Henri Nestlé.