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UFOP firma parceria com Comissão da Verdade de Minas Gerais

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Thiago Barcelos

A assinatura pública do convênio da UFOP com a Comissão da Verdade em Minas Gerais (COVEMG) foi realizada na última quinta-feira (27), no Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA), em Mariana. O convênio visa apurar violações dos direitos dos estudantes, professores e técnicos-administrativos durante a Ditadura Militar (1964 a 1985) e tem como objetivo anunciar as ações de repressão que resultaram em expulsões, aposentadorias e demissões, respaldadas pelo Ato Institucional nº 5 (AI-5) e pelo Decreto-Lei 477, além de construir um panorama do período entre 1946 e 1988.

O professor do curso de História, Marcelo Abreu, deu uma palestra que antecedeu a assinatura, expondo as semelhanças entre o golpe de 1964 e o golpe de 2016, que tirou a ex-presidenta Dilma Rousseff do poder. Dentre elas, citou as políticas econômicas, a reforma do sistema previdenciário e a extinção dos órgãos que defendiam os direitos das minorias. "De novo uma agenda regressiva no país. Por mais que pareçamos derrotados, ainda há espaço. Na Ditadura Militar, era muito mais perigoso, não que hoje não seja, mas temos mais meios", aponta o professor.

Abreu falou sobre a importância da Comissão da Verdade, apontando os esforços da memoração e ressaltando os crimes que só vieram à tona baseando-se nela, como a violência contra os indígenas, camponeses, grupos políticos e mulheres, antes invisibilizados e ainda não constantes dos livros didáticos, por exemplo.

O grupo de trabalho (GT) que irá investigar as repressões ocorridas contra a comunidade da UFOP, em conjunto com a COVEMG, é composto por 24 pessoas, incluindo professores e estudantes das áreas de História e Comunicação. O GT pretende trabalhar as narrativas da Ditadura Militar pelo viés dos meios de comunicação. A pesquisa será composta pelas estratégias da COVEMG, referências bibliográficas, acervo de documentos e entrevistas. Além do relatório final, o grupo pretende produzir um documentário para que a história tenha mais visibilidade.

Uma das coordenadoras do GT e professora do curso de Jornalismo, Marta Maia, citou uma passagem que diz que "é mais importante entender do que lembrar, mas para entender é preciso lembrar" e elogia a administração atual da UFOP pela coragem ao realizar a assinatura.

A assinatura foi realizada pela coordenadora da COVEMG, professora Maria Ceres de Castro, e pela vice-reitora, Célia Maria Nunes.