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UFOP sedia 7º Congresso Brasileiro de Metrologia

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Pela primeira vez, instituição de ensino participa da organização do evento. Iniciativas em prol do desenvolvimento sustentável são foco desta edição

Douglas Gomes e Mariana Borba

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Com a parceria inédita de uma instituição de ensino em sua realização, o 7º Congresso Brasileiro de Metrologia, realizado a cada dois anos e organizado pela Sociedade Brasileira de Metrologia e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), está sendo realizado desde domingo, 24, na Universidade Federal de Ouro Preto. O evento reúne pesquisadores, técnicos, metrologistas e especialistas em avaliação de conformidade de todo o Brasil, América Latina e Estados Unidos, no Centro de Artes e Convenções da UFOP.

O objetivo do congresso é apresentar experiências e debater os avanços científicos e tecnológicos na área. O evento reúne mais de 400 especialistas em metrologia para avaliação da conformidade de áreas, como produção industrial, pesquisa tecnológica, pesquisa básica em física e química, profissionais da área de saúde e da ciência forense, visando melhorar a produção, a competitividade e a qualidade de produtos oferecidos no mercado. A presença cotidiana dos produtos, processos e sistemas desenvolvidos pelos laboratórios de metrologia garantem à sociedade o consumo seguro, garantido legalmente pela certificação desses laboratórios. "Exemplos disso não faltam" - afirma o professor do Departamento de Física (Defis) e presidente do comitê organizador, Américo Tristão Bernardes-, "o despertador que nos acorda, a quantidade de creme dental especificada na embalagem, os radares  de trânsito e semáforos, os exames clínicos para diagnósticos médicos, os exames de DNA utilizados em casos criminais, todas as áreas de conhecimento necessitam de medições".

Com a realização do evento em Ouro Preto, a UFOP abre diálogo para o estreitamento de relações com os órgãos da área de metrologia, permitindo, assim, a qualificação de profissionais ligados à Universidade e a certificação de seus laboratórios. Conforme afirma o professor Américo Tristão, os laboratórios das universidades brasileiras geralmente não possuem essa certificação e o evento pode representar um avanço na qualificação dos técnicos de laboratórios, pesquisadores na área de tecnologia com formação em metrologia e certificação dos laboratórios de pesquisa da Universidade. "Contratos nacionais e internacionais com a indústria necessitam de certificação expedida por laboratórios credenciados e que correspondam ao padrão internacional", explica o professor. 

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - A fim de refletir e propor práticas de desenvolvimento que garantam às futuras gerações a conservação de bens naturais, a metrologia atua no processo de medição de impactos ao meio ambiente e cria modelos que auxiliam em previsões de produção e usos de bens não-duráveis. A otimização da utilização de recursos naturais em matérias-primas são também questões debatidas no encontro.

A alteração do clima no planeta, por exemplo, tem preocupado empresas e governantes ao redor do mundo. A discussão da tarde de segunda-feira, 25, na palestra "A importância da metrologia no desafio do pré-sal", ministrada pelo pesquisador do Centro de Pesquisa da Petrobrás (Cenpes), André Ferreira, pontuou questões essenciais quanto à metrificação aliada às mudanças ambientais. No Brasil, as transformações desencadeadas com a descoberta do pré-sal, em 2006, foram fundamentais para que se pensasse em práticas que permitissem o desenvolvimento empresarial aliado à preservação ambiental, com redução dos impactos ao meio ambiente. De acordo com André Ferreira, a metrologia pode garantir que os dados sejam cada vez mais precisos em todas as áreas da indústria. 

Já Humberto Brandi, diretor de Metrologia Científica e Industrial do Inmetro, relacionou questões sociais, econômicas e científicas com problemas de impacto ambiental na atualidade. A palestra "Sustentabilidade, desafios e conquistas" fez um paralelo com o processo de industrialização e o possível colapso ambiental daqui a centenas de anos. Em todos os casos, a ciência da metrologia novamente se coloca como fonte confiável para que estudos sejam feitos e possam afirmar com mais clareza os danos ou soluções para os próximos anos. Brandi deu o exemplo do nível da maré, fato ignorado por muitos, mas que conseguiria responder a uma série de perguntas quanto à insalubridade, às correntes marítimas e às questões de interesse nas pesquisas atuais sobre meio ambiente.

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ENSINO - "A metrologia é responsável por passar confiança para a população", como coloca Aldoney Costa, chefe da divisão de Acreditação e Organismos de Certificação do Inmetro. Segundo Costa, esse tipo de atividade não é muito difundida nas instituições de ensino. "Infelizmente, tanto a metrologia quanto a avaliação da conformidade não estão inseridas na grade curricular do ensino superior do Brasil, o que impede que algumas pessoas tenham acesso a informações". Humberto Brandi partilha da mesma opinião de Costa, afirmando que "é papel da universidade interagir com a indústria para o país ficar mais competitivo". Dá exemplo, ainda, do Instituto Nacional de Metrologia (Nist) dos Estados Unidos, que possui quatro prêmios Nobel em projetos aplicados a medições de alta precisão, envolvendo pesquisas fundamentais.

METROLOGIA - A metrologia é definida como a ciência das medições, em que processos, instrumentos e métodos são aplicados em todas as áreas que permeiam nosso cotidiano. A confiança e a segurança atestadas pela comparação de padrões são objetivos dessa ciência que não só busca a redução dos seus desvios, como também está presente no cotidiano do ser humano e em diversas áreas de conhecimento.

Fotos: Nathália Nunes Viegas
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