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V Semana da Consciência Negra integra eventos com programações em Ouro Preto e Mariana

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Agliene Melquíades

Em celebração ao Dia da Consciência Negra, alunos e professores da UFOP, integrantes do Núcleo de Estudos Afro - Brasileiros (Neab), realizaram oficinas, palestras, discussões e sessões de cinema que tratavam a importância da cultura afro como um modo de conhecimento das origens, da construção da sociedade brasileira e da representação do negro ao longo dos anos. A semana contou com três eventos interligados que integraram a V Semana de Consciência Negra da UFOP.

II Feira Cultural Somos Todos África
Entre os dias 17 e 21 de novembro, foi realizada a II Feira Cultural Somos Todos África. O evento foi organizado pelo projeto de estímulo à docência Pibid-afro da UFOP, sob coordenação da professora do Departamento de Letras (Delet, Kassandra Muniz. Além de sessões de cinema, teatro e música afro, a feira contou com oficinas para diversos níveis do ensino básico, desde alunos do primeiro ano do ensino fundamental até o Educação para Jovens e Adultos (EJA), em escolas municipais e estaduais de Mariana e Ouro Preto.

Oficinas como Odara-te: oficina de turbante, Máscaras Africanas e Dominó da Culinária foram feitas pelos alunos, além de minicursos como Maracatu, foram oferecidos para os professores, enquanto formação continuada. O encerramento aconteceu na Escola Estadual Professora Santa Godoy, em Mariana. Após a realização de várias atividades, houve um cortejo por volta do quarteirão da escola e, ao mesmo tempo, uma chuva de poesia negra. 

O evento promoveu nas escolas discussões acerca da história e cultura africana e afro-brasileira, constituídas na Lei 10.639/03 como disciplinas obrigatórias, e retratou formas de expressões artísticas da população negra e africana. “O educador do século XXI deve atentar-se que trabalhar questões sobre as relações étnico-raciais dentro da escola são de grande importância para desconstruir a hierarquização dessas relações", conta um dos organizadores e bolsista Pibid-afro Carlos Brito.

II Festival  de Artes Afro-diaspóricas de Ouro Preto e Marina
O III Festival  de Artes Afro-diaspóricas de Ouro Preto e Mariana aconteceu entre os dias 20 e 23 de novembro. Para a professora Kassandra, o evento “é uma forma de se valorizar e entender que ao lado de outras culturas, a cultura negra no Brasil é a base para se pensar a construção da nacionalidade brasileira”.

Na abertura do Festival, Dia da Consciência Negra, o evento contou com sessões de cinema, apresentações culturais e o Festival de Música Afro, ocorridas no Instituto de Ciências Humanas Sociais (ICHS) e em outras localidades. A intervenção O Valor do Comercial, realizada pelo grupo Namabê Teatro Negro, abordou os padrões estéticos, que excluem à população negra nas propagandas publicitárias brasileira e sua representação nas diversas mídias. 

Ministrada no ICHS, no dia 21, pela ex-docente do Departamento de Educação da UFOP, fotógrafa, produtora audiovisual e doutora em Antropologia (USP), Janaína Damasceno, a oficina Mais de nós: o negro e a fotografia retratou o negro no cinema e as propagandas internacionais através de um panorama da produção fotográfica.  Com a exibição de fotos que constituíam uma representação estereotipada do negro e uma contra-representação, a oficina fez um diálogo entre as diferentes formas de representatividade afro. Para Janaína, “ao se mostrar os diferentes enquadramentos que a fotografia pode assumir, percebe-se que a imagem não é uma construção que já está pronta. A representação é um campo de disputas”.

Na sexta-feira (21), o público pode degustar o Bambá de Couve, uma receita tradicional criadas por antigas comunidades negras da cidade de Mariana. A estudante do 3º período de Letras Betânia Maria acredita que “a partir da receita pode-se resgatar outras desse mesmo povo e fazer um resgate sócio-cultural”. 

No campus Morro do Cruzeiro aconteceu a oficina Dança Afro Contemporânea, ministrada pelo bailarino, coreógrafo, professor e fundador da Companhia Bataka, Evandro Passos. A oficina mostrou como a dança interfere diretamente na vida da sociedade africana e os reflexos dessa tradição no Brasil. “A dança, o canto e a música permeia a vida dos povos africanos de forma contundente, e nós herdamos muito desses legados”, afirma Evandro.

II Festival de de Cinema e Africanidades
Entre os dias 20 e 23 de novembro, ocorreu o II Festival de Cinema e Africanidades. A programação incluiu filmes autorais africanos e afro-brasileiros que foram trazidos pelo Fórum Itinerante de Cinema Negro (Ficine).
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