Criado por Administrator em qui, 24/07/2008 - 14:26
O artista Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi novamente tema de bate-papo nesta quarta-feira, 23 de julho, a partir da realização do encontro Vozes Polifônicas que reuniu diversos estudiosos sobre a obra do escultor.
O olhar de Ferrante Ferranti, fotógrafo italiano especialista em fotografar obras de arte, e radicado na França, através de suas fotografias deu o tom da conversa, além de ilustrar o conjunto artístico de Aleijadinho. Segundo o fotógrafo, a doçura e a sensibilidade demonstrada nas obras são as características mais marcantes do escultor. Ele inclusive, faz uma comparação do Cristo espanhol com o Cristo de Aleijadinho, segundo Ferranti, a doçura do olhar do Cristo de Aleijadinho permeia um aspecto da paixão, o que o coloca em oposição ao Cristo da cultura espanhola. Ferranti conta que na Europa se referem à Aleijadinho como o Michelangelo dos trópicos, e que a primeira pessoa que cita o artista mineiro e o projeta na Europa é o escritor e filósofo francês Blaise Cendrars, que se referia ao “leproso construtor de catedrais”, dando-lhe uma conotação mitológica.
A professora e historiadora Myrian Ribeiro esclarece que o apelido “Aleijadinho” tem uma origem literária, mesmo sendo contemporâneo ao escultor, e que não existe registros de que as pessoas o chamavam por este apelido. Myrian Ribeiro falou da facilidade com que o artista passava de um estilo para o outro. Segundo ela, na construção de imagens sacras, o estilo usado por Aleijadinho é o barroco, já em obras arquitetônicas e ornamentais, ele usava o Rococó francês, e para a historiadora, o mais impressionante era que o artista nunca havia viajado para o exterior, mas a facilidade com que ele utilizava destas técnicas marcou as suas obras.
Fotos: Eduardo Trópia
Boletim 24