O artigo intitulado "Reciclagem de sedimentos provoca mudança na fugacidade de oxigênio do manto abaixo de arcos magmáticos durante o Grande Evento de Oxidação" é de autoria do ex-aluno do curso de graduação em Engenharia Geológica da UFOP Hugo Souza Moreira e do professor da Escola de Minas Luis Antônio Rosa Seixas. Publicado na revista internacional Nature Geoscience no dia 31 de agosto, o estudo ganhou destaque na comunidade científica.
A pesquisa revela evidências sobre como as mudanças na hidrosfera e atmosfera da Terra afetaram a composição química do manto terrestre ao longo do tempo.
Os pesquisadores conduziram um monitoramento do estado de valência do elemento químico enxofre, presente em minúsculos cristais do mineral apatita. Esses cristais foram extraídos de rochas formadas imediatamente antes e depois do Grande Evento de Oxigenação (GEO), um evento geológico significativo que ocorreu há aproximadamente 2,1 bilhões de anos.
Momento crítico na história do planeta, o GEO consistiu em mudanças nas condições atmosféricas e em um aumento do nível de oxigênio. Essas mudanças afetaram a vida na Terra, e agora o estudo sugere que também deixaram uma marca indelével no manto terrestre.
Os resultados da pesquisa indicam que os sedimentos depositados no assoalho oceânico imediatamente após o GEO, que eram relativamente mais oxidados, foram posteriormente reciclados no manto terrestre em zonas de subducção formadas há bilhões de anos atrás. A pesquisa utiliza rochas e minerais provenientes do Cinturão Mineiro, próximos do município de Ouro Preto.