
Criado por João Vitor Souza em qui, 27/11/2025 - 16:52 | Editado por Patrícia Pereira há 1 semana.
Realizado na sala de reuniões da Reitoria, o evento destacou o significado simbólico da galeria como espaço de preservação da memória institucional, que registra os dirigentes que enfrentaram as exigências administrativas e as circunstâncias políticas de suas respectivas épocas. Estiveram presentes o reitor Luciano Campos, a vice-reitora Roberta Fróes, o vice-reitor do período de 2017 a 2025, Hermínio Nalini, além de pró-reitores, diretores, chefes de gabinete e coordenadores que atuaram nas gestões da professora Cláudia e na atual.
Cláudia Marliére rememorou sua trajetória como ex-aluna, professora e gestora da UFOP, relacionando suas experiências aos desafios institucionais e ao contexto político de seus mandatos. Entre os pontos destacados, citou a ruptura democrática de 2016, os cortes orçamentários sucessivos nas universidades federais (2017-2019), a perseguição a gestores e pesquisadores e, principalmente, os impactos da pandemia de covid-19.
Cláudia e Hermínio

A professora também destacou como o período reforçou a importância das instituições federais de ensino e revelou os impactos das tentativas de deslegitimação enfrentadas pelas universidades. Ao agradecer a homenagem, enfatizou que o quadro simboliza uma trajetória coletiva, reconhecendo o trabalho de todas as equipes que integraram suas gestões. Direcionou agradecimentos especiais ao marido, Hernani Lima, e à filha Laís Marliére. "É um imenso orgulho ter construído minha carreira nesta instituição, desde a graduação até o cargo máximo. Tenho muito orgulho de ser UFOP", concluiu.
RECONHECIMENTO – Em seu discurso, o reitor Luciano Campos enalteceu a dedicação de Cláudia à UFOP e sua liderança durante períodos críticos. "Cláudia conduziu a Instituição durante a pandemia, um período extremamente desafiador. Espero que tenhamos aprendido com essa experiência para o futuro, mas certamente enfrentamos da melhor forma possível e extraímos importantes lições", afirmou.
GÊNERO – Luciano também destacou mudanças estruturais no ambiente universitário em relação à equidade de gênero. "Atualmente, é impensável assumir a reitoria sem considerar a dimensão de gênero na composição das equipes. A Cláudia vivenciou isso, e eu também, pois as mulheres ainda não ocupam os espaços que deveriam nas chefias departamentais, coordenações de curso e na pesquisa", observou. Acrescentou que, com esforço, é possível construir equipes mais equilibradas e que a ex-reitora deixa esse legado.
O reitor também recordou o diálogo próximo com Cláudia durante a transição de gestões. "Tivemos uma longa conversa, de reitor eleito para reitora em final de mandato. Aquele momento foi fundamental para mim, e sua sensibilidade com quem estava chegando representou um aprendizado invaluável", reconheceu.
INSPIRAÇÃO – A vice-reitora Roberta Fróes destacou o simbolismo da homenagem, observando que a representatividade de Cláudia transcende os limites da UFOP. "Seu nome é constantemente referenciado na Andifes, não apenas por ser mulher, mas por sua postura, dedicação e luta incansável", afirmou. Roberta finalizou agradecendo a ex-reitora por ser "uma inspiração para todas nós".
O então vice-reitor naquele período, Hermínio Nalini, enfatizou a parceria sólida ao longo dos dois mandatos e a capacidade decisória de Cláudia em momentos complexos, particularmente durante a pandemia. "Ela soube acalmar a equipe e conduzir a Universidade com resiliência e reflexão nos momentos mais críticos", afirmou. Ele destacou também que a cobrança sobre ela, por ser mulher, era intensificada, e que Cláudia enfrentou todos os desafios com notável competência. Hermínio expressou confiança em que a experiência da professora Cláudia contribuirá para o avanço da equidade de gênero na Instituição. "Precisamos transformar a percepção sobre o papel das mulheres, ainda subestimado institucionalmente e na sociedade. Seus oito anos de gestão deixaram uma marca indelével", concluiu.



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