Encerrando as atividades de 2023, o Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da UFOP, em parceria com a Ouvidoria Feminina e o Coletivo Andorinhas, realizou, na última terça feira (5), mais uma atividade do Programa de Formação Docente Sala Aberta.
Com o tema "Assédio moral e sexual na Universidade: como enfrentar", o evento, que aconteceu tanto presencialmente quanto remotamente, contou com a participação das professoras Maria Paula Panúncio Pinto, do Departamento de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP), e Flávia Souza Máximo Pereira, do Departamento de Direito da UFOP. Também estiveram presentes o pró-reitor adjunto da Prograd, Clézio Gonçalves, e a professora do Departamento de Ciências Biológicas (Decbi) e representante do Coletivo Andorinhas, Gabriela Guerra Leal de Souza.
Buscando esclarecer questões fundamentais acerca desta problemática tão urgente, a conversa se concentrou basicamente em apresentar o panorama atual da questão do assédio na universidade, a partir de dados e experiências comuns, e traçar possíveis direcionamentos, reafirmando o propósito do programa, que celebra seus 10 anos, de fomentar discussões e reflexões sobre os desafios da docência universitária.
Segundo Flávia, a importância de eventos como esse é imensa, já que "historicamente toda a violência de gênero foi silenciada nas universidades, que criaram uma ficção de que não existia assédio". Ela ainda destaca que essas rodas de conversa contribuem para que as pessoas possam reconhecer o que é assédio e saber os encaminhamentos de uma denúncia.
Ao longo dos últimos anos, a UFOP vem promovendo diversas ações de enfrentamento ao assédio moral e sexual, com destaque para a Ouvidoria Feminina, que somente este ano já atendeu 69 casos (dados até 5 de outubro) e recebeu recentemente o prêmio do 1º Concurso Boas Práticas do Ministério da Educação (MEC) na categoria "Aprimoramento das Atividades de Ouvidoria". Todas essas iniciativas, juntas, reforçam a preocupação da Instituição, como destaca Clézio.
Gabriela afirma que, apesar dos esforços da Universidade no tratamento da questão, os assediadores não frequentam esses espaços de debate. Ainda que na teoria seja uma luta coletiva, a realidade é bem diferente. Mesmo com as diversas ações empreendidas, muitos dos que deveriam ser verdadeiramente impactados acabam não sendo. Segundo ela, são necessários movimentos de ambos os lados, tanto da instituição quanto da comunidade, para que não apenas as vítimas, muitas vezes mulheres, sejam incluídas.
OUVIDORIA FEMININA - criada em 2017, a Ouvidoria Feminina é o órgão oficial de recebimento de denúncias de violência contra a mulher na UFOP, atuando também com a prestação de assessoria jurídica gratuita a mulheres em situação de violência. O projeto surgiu em função do crescente número de casos de violência de gênero no contexto universitário, o que apontou para a necessidade da criação de um órgão que amparasse as mulheres em situação de violência, tanto em âmbito da Universidade quanto em âmbito comunitário.
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COLETIVO ANDORINHAS - É um coletivo formado por mulheres feministas discentes, técnicas administrativas, docentes e terceirizadas da Universidade Federal de Ouro Preto, que surgiu durante a pandemia e tem por finalidade desenvolver políticas no âmbito acadêmico para redução das assimetrias interseccionais de gênero e parentalidade.
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