Memória, força, machismo, resistência. Esses são alguns dos temas evocados pelo documentário AtingidAs, no qual Maria Aparecida Lanna, Maria do Carmo Sena e Marlene Agostinha Reis relatam as lutas das mulheres atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão ocorrido há dois anos.
Contemplando o enunciado “Sob a ponta do iceberg: revelando a violência contra as mulheres que ninguém vê”, o curta ficou entre os dez trabalhos vencedores do 9º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, do Instituto Vladimir Herzog.
AUDIÊNCIA PÚBLICA - AtingidAs foi produzido pelas estudantes de jornalismo Daniela Felix, Miriã Bonifácio e Larissa Oliveira, sob orientação da professora Karina Gomes Barbosa e da jornalista Bianca Vasconcellos. As alunas estiveram presentes na audiência pública das equipes vencedoras, nesta segunda (30), na Câmara Municipal de São Paulo, onde tiveram a oportunidade falar sobre as motivações do trabalho, lendo, inclusive, um manifesto sobre o tema.
Parte do texto lido relatou que, "no cenário do maior crime ambiental do Brasil, as violências são muitas, são diárias, são invisíveis. Principalmente, quando se trata de mulheres; mulheres atingidas", reforçando que "não se trata de dar a voz, porque isso elas já têm. Se trata apenas de proporcionar um lugar onde elas possam se expressar verdadeiramente".
A entrega do prêmio acontece nesta terça (31), na PUC-SP. Nesta edição, foram enviadas 110 propostas de pauta.
O PRÊMIO - Idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog, em 2009, o Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão tem o objetivo de oferecer a estudantes de jornalismo a oportunidade de desenvolverem um trabalho jornalístico prático e reflexivo desde o projeto de pauta até a realização final de uma reportagem.