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Práticas sociais e culturais na literatura infantil

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Parte fundamental da formação de crianças e jovens, a literatura atua como uma grande ferramenta social e cultural. Poesia, romance, ficção, conto, entre outras produções literárias, enriquecem o repertório cultural dos diversos grupos sociais. Quando estimulada desde os primeiros anos, a literatura passa a ter papel fundamental no desenvolvimento de crianças e adolescentes. 
 
No dia 18 de abril é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil. A data faz referência ao aniversário de Monteiro Lobato, nome renomado da literatura infantil brasileira. Segundo a última pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", realizada pelo Instituto Pró-Livro, em parceria com o Itaú Cultural, o número de crianças leitoras cresceu entre 2015 e 2019. 
 
A realidade social do país, no entanto, ainda priva muitos jovens dessa oportunidade de aprendizado e entretenimento. Tais dificuldades agravaram-se durante a pandemia, como mostrou um levantamento realizado pela ONG Todos Pela Educação, no último mês de fevereiro. De acordo com os dados, 40,8% das crianças de 6 e 7 anos não sabem ler e escrever, ou seja, não conseguem ter acesso aos livros. 
 
Para tratar do assunto, a convidada desta semana do "Em Discussão" é a professora da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Ivanete Bernardino Soares, doutora em Estudos Linguísticos e pesquisadora da literatura infantojuvenil. Ela aborda a importância dos pais no processo de introdução das crianças à literatura, assim como a leitura digital e questões sociais emergentes na literatura nacional. 
 
Professora, como a literatura infantojuvenil contribui para a formação das crianças e jovens para além do letramento e da alfabetização?
 
Entendo que, para além da função estética, de provocar a fruição e o prazer, a literatura infantojuvenil pode proporcionar experiências que talvez nunca fossem vividas de outro modo — a desgastada metáfora da "leitura como viagem sem sair do lugar", inclusive "viagem no tempo". Para além de tudo isso, a literatura é, acima de tudo, uma forma de conhecimento. O que não exclui, obviamente, outros sistemas explicativos, como a ciência, por exemplo, mas é um modo privilegiado de acessar e dar sentido ao mundo e às relações humanas. Para a criança, particularmente, a literatura funciona como um enquadramento coerente para que ela possa organizar as informações desconexas que chegam a ela a todo momento. 
 
Quando ela tem contato com uma história, um conto tradicional, por exemplo, uma contação que dure 3 ou 4 minutos e que seja organizada em um começo, um meio e um fim; que tenha um desafio, um obstáculo (materializado, por exemplo, num dragão, numa bruxa ou num monstro) e que seja arrematado pela volta do equilíbrio, com a atuação de um herói ou heroína, a criança experimenta um conforto emocional imenso. Ela pode sublimar, por essa via, muitos conflitos próprios do crescimento, ainda que, evidentemente, num nível inconsciente. 
 
A psicanálise há décadas vem afirmando a importância da ficção, com ênfase para o folclore, os contos tradicionais, as narrativas míticas de origem e outras que se valham de elementos fantásticos e da imaginação livre para a constituição saudável da psicologia infantil. Estudiosos como Vygotsky e Freud, por exemplo, sempre enfatizaram o papel dos processos imaginativos, do faz de conta, da brincadeira, do jogo e da invenção para o desenvolvimento adequado da criança, na defesa de que tais recursos simbólicos podem ter uma função até mesmo terapêutica. Bruno Bettelheim, por exemplo, que tratou por décadas crianças marcadas por traumas profundos, defendia fundamentalmente o uso de contos de fada, de preferência nas versões mais antigas, com menos filtros de "proteção" contra episódios chocantes e até violentos, para o tratamento dessas crianças. Para ele, as personagens típicas desses contos, que funcionariam como arquétipos, representam para o nível inconsciente da criança as pulsões naturais que marcam essa fase da vida e possibilitam que ela nomeie esses sentimentos e impulsos, ainda que num nível simbólico. A raiva se corporifica na bruxa, o desejo de agradar o adulto e alcançar seu reconhecimento (emoção que faz parte do fenômeno do egocentrismo infantil) faz com que ela se identifique com o herói, e assim por diante. 
 
Quais os desafios dos educadores para estimular a leitura em um mundo digital que acaba sendo mais atraente que o livro, a leitura online e o e-book?
 
A "concorrência" nesse campo se vale de estratégias bastante desiguais, já que essas mídias têm muitos recursos a favor. E há mesmo muitas vantagens embutidas nas novas formas de comunicação mediadas pelas tecnologias, mas, se a convivência com elas não receber uma mediação adequada, elas tendem a estimular uma certa preguiça mental. Ali já vem muita coisa pronta. É mais cômodo receber uma narrativa que já vem preenchida de cor, de som, de movimento, de modulação de voz, etc. do que ter que reconstruir por meio essencialmente da IMAGINAÇÃO — que tem uma dimensão individual importante e vai acionar redes muito subjetivas de percepção. Inclusive porque esses elementos da animação digital, por exemplo, já representam uma interpretação da história. Então, o livro físico — seja ele ilustrado, livro de imagens ou só verbal — vai exigir um engajamento muito particular desse leitor, que precisa reconstituir na mente, com recursos próprios, boa parte do que está sendo narrado. Esse modo de leitura vai interpelá-lo de maneira muito distinta. Vai exigir que ele preencha as lacunas de sentido, que atribua valores semânticos àquele rastro de códigos que a escrita ou a ilustração revela. Obviamente, as narrativas multimodais também requerem o acionamento da imaginação e de recursos interpretativos sofisticados, mas, novamente, muito vai depender da mediação que será feita e da qualificação desse modo de ler. Por isso digo que é desigual. Tudo isso vai exigir, evidentemente, uma educação desse sujeito para que ele se disponha a um esforço cognitivo maior — ou diferente, ao menos — para construir os sentidos na narrativa e assumir a autoria de sua interpretação. 
 
Mas, a despeito de tudo isso, acredito que o mais importante é pensar nos modos como essa leitura acontece. É muito complicado, acho até que equivocado, usar critérios de valor e dizer que a leitura do livro impresso é mais formativa ou "melhor" do que a leitura de um e-book ou um audiolivro. São modos de leitura diferentes. O que vai definir o que é pior ou melhor é a qualidade do engajamento desse leitor, a qualidade estética da obra, os objetivos de leitura subjacentes, além do quadro emocional e da disposição leitora diante do que se está lendo. 
 
Quanto aos desafios dos educadores, mediadores de leitura, talvez um caminho seja não segregar, não classificar com notas diferentes essas experiências. É considerar que o mundo digital é incontornável e vai impactar nas práticas de leitura, mas não será necessariamente uma catástrofe. Então, penso que as ferramentas digitais podem ser compreendidas como recursos a serem incorporados, eventualmente, por mediadores de leitura que se sintam confortáveis com isso e, talvez, até funcionando como estratégia para se apresentar ou para ampliar o repertório artístico e inserir, ou estabilizar, a participação do livro impresso nesse cardápio de possibilidades de convivência com o texto literário.
 
Como os pais podem contribuir no estímulo à leitura dos pequenos, não deixando esse papel somente para a escola?
 
Entendo perfeitamente que é um ideal prescrever que os pais ou cuidadores contem histórias todas as noites para suas crianças. Acho que é um ideal pensando na realidade brasileira hoje, nas condições do trabalhador comum, assalariado, considerando que ele não terá não só condições físicas para fazer isso, como condições emocionais e até mesmo consciência da importância disso, já que muitos nem passaram pela experiência e não tem, ou não puderam formar, o hábito da leitura.
 
Mas eu diria que, mesmo que não seja cotidianamente — e esse seria o ideal —, mas que, eventualmente, os pais possam contar histórias, mesmo que sejam histórias que aconteceram com eles no passado, casos, narrativas inventadas de improviso, mas que tenham essa estrutura formal, essa aparência de uma narrativa com início, meio e fim, com alguma aventura, situações de suspense ou anedóticas, engraçadas (porque esses elementos são caros à psicologia infantil e cumprem um papel importante em sua conceptualização do mundo), o importante é que isso aconteça periodicamente, reservando-se, por exemplo, o domingo como o dia da história, ainda que se limite a uma só na hora de dormir. O mais importante é possibilitar a formação de uma memória afetiva por parte da criança diante da literatura, diante dos livros e diante do hábito de ler.
 
É muito mais fácil formar ou desenvolver o gosto pela leitura literária quando a criança vê e convive com adultos que se emocionam diante de um livro, leitores que riem, que choram, que ficam indignados com os rumos de uma história ou com os sentidos de um poema. Então, eu acredito que quando a criança percebe uma função social desse livro e dessa prática cultural, as chances de essa criança ter algum tipo de relação mais engajada, emocional com a prática da leitura aumentam significativamente. Em poucas palavras, em resposta, diria que os pais ou demais responsáveis possam ter um investimento de tempo nessa nutrição simbólica na medida das condições materiais que têm, evidentemente. Que narrem casos, reais ou imaginados, mas que o façam com alguma frequência.
 
Como lidar com determinados livros, ainda referências na literatura infantil, como os de Monteiro Lobato, que tratam de questões que atualmente são consideradas transgressões, como racismo?
 
Essa é uma questão sempre presente no campo literário e nem sempre limitada ao sistema da literatura infantil. Um caso paradigmático é o do romance "Madame Bovary", de Gustav Flaubert. Por causa do comportamento da personagem principal, considerado imoral para a época, Flaubert e sua criação foram alvos de julgamento por um tribunal de Paris.
 
Monteiro já esteve muitas vezes nesse banco de réus, neste caso, pelas declarações racistas de alguns personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo, especialmente a da boneca Emília. Esbarramos no campo das temáticas sensíveis ou que geram polêmicas, como é o caso também da questão de gênero e sexualidade, das doenças, deficiências, da morte e, também, por razões particulares, da questão étnica, quando transfiguradas para o regime ficcional. 
 
Para o educador que está inseguro sobre a seleção de obras lobatianas em suas mediações com crianças, penso que, antes de um posicionamento definitivo, é preciso saber seu nível de preparo para lidar com obras historicamente marcadas por valores diferentes dos atuais. Se o mediador tem conhecimento amplo da conjuntura histórica da época, dos dados biográficos e de outros escritos do autor (não só ficcionais, como cartas, ensaios etc.) e tem clareza sobre os objetivos de se trabalhar essa ou aquela obra configurada desse modo com crianças, então a experiência de leitura pode ser muito emancipatória e contribuir para a construção de uma percepção crítica desses leitores em formação. Se, ao contrário, o mediador está inseguro sobre como mediar essas questões, ou não conhece o conjunto da obra do escritor, então melhor escolher outro livro/escritor. Há sempre o risco de se causar um estrago maior que o benefício.
 
Então, diante dessa sua pergunta, eu concentro toda a força da resposta na qualificação do trabalho do mediador. Nesse caso, o problema não é a circulação da obra. Em uma conjuntura política como a que vivemos hoje no Brasil, se as instituições (educacionais, artísticas, midiáticas, etc.) legitimam o cerceamento da arte, restringindo, cortando, adaptando, censurando, enfim, acho que escancara uma brecha perigosa, um precedente para autoritarismos de toda ordem. É uma escolha muito arriscada.
 
Além disso, penso que, em nome da coerência, se mantivermos esse critério de valor para a seleção de obras literárias autorizadas a circularem nas escolas, não vai restar quase nada do que foi escrito antes do século XIX na literatura brasileira, ainda mais se considerarmos a produção endereçada a crianças. Monteiro Lobato é o mais polêmico porque é o que permaneceu em circulação e foi resgatado pelas releituras em outras mídias, como a televisiva, por exemplo. A maioria dos escritores contemporâneos a ele são desconhecidos hoje, não foram atualizados pelos leitores contemporâneos. 
 
Queria concluir sugerindo fortemente a leitura de um artigo publicado na Folha de São Paulo em 2021, de Cilza Bignotto, que atuou no Departamento de Letras (Delet). Ela desenvolve, há anos, uma pesquisa muito qualificada da obra de Monteiro Lobato. A publicação a que me refiro, intitulada "Acusado de racismo, Lobato transformou o Saci no primeiro herói negro para crianças no Brasil", é uma excelente reflexão que permite perspectivar a questão. A pesquisadora apresenta uma análise profunda, escapando de estereótipos e posicionamentos apressados sobre o assunto. Vale muito a leitura.
 
Como você avalia as ações do Ministério da Educação em relação à promoção do livro e da literatura no Brasil hoje?
 
Avalio muito negativamente. A principal ação governamental voltada para a promoção da prática literária na infância foi o Programa Conta Pra Mim, proposto pela Secretaria de Alfabetização do MEC em dezembro de 2019. O site do programa oferece uma série de materiais, que incluem uma cartilha que apresenta as concepções que fundamentam a ação, os 40 livros digitais da coleção, vídeos com orientações às famílias, áudios com cantigas e contação de histórias e até marcador de páginas.
 
Na cartilha ("Guia"), é apresentada a concepção geral do programa, centrada em torno da noção de "literacia familiar" — que corresponderia às práticas de linguagem (leitura, escrita e oralidade) que acontecem na esfera familiar. Ao que parece, os idealizadores do programa preferem esse termo a "letramento", muito provavelmente porque este último remete a uma perspectiva progressista de educação, atenta aos condicionamentos sociais. A cartilha dirige orientações à família, no sentido de estimular a prática da leitura para crianças no ambiente doméstico. Há um direcionamento claro às famílias que têm algum tipo de vulnerabilidade social, se dirigindo mais diretamente a esse segmento. Até aí, pode parecer uma política pública bastante boa, caso não fosse a série de equívocos, a começar pela desconsideração das reais condições da maioria das famílias brasileiras.
 
E há contradições chocantes com relação a fundamentações simples, como a que sugere causa e consequência entre hábitos leitores e condições econômicas. Apenas para ilustrar, trago aqui um trecho que aparece na abertura do "Guia" para as famílias. Logo na parte introdutória, afirma que: "Não é preciso ter muito estudo, materiais caros nem morar em uma casa toda equipada e espaçosa para praticar a Literacia Familiar. As práticas de Literacia Familiar são acessíveis a todos! Bastam duas coisas: você e seu filho!" (p. 13). Nessa declaração de princípios, atribui-se a responsabilidade pela falta de incentivo à leitura e a práticas variadas de uso da linguagem em casa a apenas uma falta de hábitos adequados.
 
Com isso, coloca em par de igualdade a situação de uma criança que convive com livros e outros materiais escritos antes de iniciar a escolarização formal, que testemunha a leitura ativa e constante de adultos a sua volta, que presencia o uso de gêneros orais variados no ambiente doméstico, que vai ao cinema, que ouve músicas com regularidade, e mais, que não precisa se preocupar com a subsistência física... enfim, igualam essas condições materiais às de outra criança que convive, por exemplo, com cuidadores analfabetos, que não têm acesso a livros, jornais, cinema, etc., que vive, eventualmente, em situação de risco (alimentar e sanitário, por exemplo) e que, muitas vezes, precisa sobreviver em condições extremamente adversas. 
 
Como prescrever que os pais ou cuidadores das crianças do segundo grupo tenham a mesma disposição para contar histórias, brincar com trava línguas, cantarolar parlendas ou recitar poemas depois de um dia extenuante de trabalho precarizado (quando o há) que os integrantes das famílias do primeiro grupo?
 
Advindas do discurso governamental, essas proposições não são apenas injustas, mas demonstram um desconhecimento gravíssimo das condições em que ocorre o letramento familiar nas camadas mais vulneráveis da sociedade brasileira.
 
Como se não bastasse, duas páginas depois, ao trazer "as evidências científicas", expressão que frequenta obsessivamente o vocabulário de Nadalin, nos surpreendemos com a seguinte informação: "Estudos conduzidos nos Estados Unidos da América evidenciaram que, entre as famílias pobres e as famílias de classe média alta, há um abismo tanto na qualidade quanto na quantidade das interações verbais entre pais e filhos". (p. 15) 
 
Ora, a contradição é evidente. Se "está provado" o "abismo" em termos de desempenho linguístico e discursivo entre famílias pobres e famílias ricas (ainda que no contexto americano), porque seria tão difícil reconhecer que as condições materiais afetam a relação das crianças com os livros? Não é honesto, para dizer o mínimo, portanto, atribuir a responsabilidade pela ausência de hábitos leitores a uma falta de orientação adequada por parte dos pais. É preciso condições materiais para fruir a literatura, assim como é preciso condições materiais para o desenvolvimento de outras práticas de letramento fora e dentro do ambiente escolar. 
 
As famílias que podem bancar seguem investindo em livros literários de qualidade para suas crianças, tanto em termos de projeto gráfico, quanto de qualidade estética. Já as que não podem, vão, no máximo, imprimir aqueles livrinhos (se o puderem fazer), e contar com a mágica que transformará seus cuidadores em mediadores de leitura inesquecíveis, contadores de histórias e leitores exemplares. Então, é essa a representação que parecem ter da educação literária das crianças pobres.
 
Nos últimos anos houve uma presença mais significativa da literatura infantil afro-brasileira no mercado, em função também da inclusão de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currículos da educação básica. Qual a importância do estímulo dessa literatura nas escolas e pelos pais?
 
Imensa. A inclusão da temática da história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos obrigou o mercado editorial a gerar uma demanda por obras que contemplem o assunto e também uma abertura inaugural a escritores negros. Esse movimento, por si só, já representa um avanço e algo para se comemorar muito. Acho que ainda iremos amadurecer essa produção editorial. Há muitas publicações de altíssima qualidade nesse setor, mas a gente ainda vê algumas obras, principalmente endereçadas ao público infantil, em que as ilustrações representam uma adaptação canhestra do fenótipo branco. É preciso entender que a identificação que precisa ocorrer, das crianças com os personagens, é uma identificação autêntica, legítima, e não com um estereótipo. A importância de uma complexificação da produção artística neste setor é enorme, para que os personagens negros, por exemplo, possam frequentar as narrativas literárias não necessariamente em situações de superação, mas em contextos, inclusive, burgueses. É preciso também ter espaço para a naturalização, no discurso literário, da presença de personagens negros, de temáticas voltadas para a cultura afro-brasileira. Precisa estar internalizado na forma literária.
 
Há muitas editoras, como por exemplo a editora Mazza, que estão fazendo um trabalho muito qualificado no incentivo a essa produção cultural, privilegiando autores negros para tratar esteticamente dessa temática. Apesar de tudo, particularmente, não acho que somente escritores negros possam falar da temática negra. Isso pode ser bastante polêmico, mas questiono um pouco essa questão do lugar de fala, porque acho que é papel de todos colaborar com o fim do racismo estrutural. Então, se há de fato uma militância, um engajamento, um envolvimento com a causa, não vejo porque "cancelar", para usar um termo da moda, outras autorias que se interessam genuinamente pela causa.
 
EM DISCUSSÃO - Esta seção é ocupada por uma entrevista, no formato pingue-pongue, realizada com um integrante da comunidade ufopiana. O espaço tem a função de divulgar as temáticas em pauta no universo acadêmico e trazer o ponto de vista de especialistas sobre assuntos relevantes para a sociedade.
 

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