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Estudantes de Turismo fazem visita técnica em Salvador

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Marcelo Ramos

As tradições de uma comunidade podem influenciar significativamente a forma como se desenvolve o local em que ela está instalada. Este foi um dos aspectos que estudantes do sétimo e oitavo períodos do curso de Turismo analisaram em uma visita técnica a Salvador. Sob a orientação dos professores Marcelo Viana Ramos e Luana Melo e Silva, do Departamento de Turismo (Detur), os 30 discentes passaram quatro dias conhecendo diversos lugares da capital baiana, com enfoque não apenas nos atrativos turísticos, mas também nos locais com grande relevância cultural.

A iniciativa foi elaborada pelo prof. Marcelo, como parte da disciplina "Cidade - Identidade e Interculturalidade". A proposta era possibilitar aos estudantes uma imersão em um local onde fosse possível verificar de maneira detalhada a influência de elementos da identidade e da cultura na "produção" da cidade.

Para Marcelo, Salvador é o município brasileiro que mais evidencia esse fenômeno, especialmente pela relação com a cultura afro-brasileira. "Toda a formação histórica, cultural e especialmente a relação com a África. E Salvador é, segundo estudos, a cidade com maior população negra fora do continente africano. Além de toda a questão religiosa, que também é apropriada pelo turismo e que acaba sendo o elemento identitário mais forte da cidade. Por isso a escolha por Salvador", afirma.



A parceria com a professora Luana se deu a partir de uma disciplina ministrada por ela, chamada "Patrimônio Cultural da Diáspora Africana: turismo e dever de memória". Nela, a professora busca explorar a construção do imaginário que existe em torno da África e como isso se reflete no turismo e no patrimônio. São exemplos dessa herança a religiosidade, a dança e a gastronomia. Assim, conhecer Salvador seria uma forma de tentar identificar esses patrimônios culturais na cidade e refletir sobre o afroturismo, voltado para a cultura e a herança da diáspora negra.

Luana contou que a visita foi extremamente positiva e, a partir dela, pôde até estabelecer comparações com o turismo praticado em Ouro Preto. Do seu ponto de vista, na cidade mineira existe "um turismo voltado para o colonial e barroco, ou seja, voltado para a identificar a presença europeia na cultura". Assim, apesar da população do município ser majoritariamente negra, sua herança fica em segundo plano, sendo representada inclusive sob uma perspectiva de "dor e tragédia". Em Salvador, ocorre o contrário. "A presença e a cultura africanas são tão fortes que estão em tudo. E têm uma outra pegada, diferente daquela da dor, do sofrimento ou da escravização. Trata-se de um legado cultural extremamente rico e complexo que a presença africana deixou", explica.

O roteiro abrangeu diversas atividades. O grupo conheceu o Museu da Música, o Pelourinho, o Projeto Tamar, dois terreiros de Candomblé, e passou uma manhã em um quilombo, onde os visitantes fizeram lanche com alimentos próprios da região. Um dia foi dedicado exclusivamente ao ecoturismo, à hotelaria e à expansão turística no litoral norte.

No último dia, os estudantes ficaram livres para explorar a cidade por conta própria e, assim, desenvolver uma percepção acerca do lugar sem o "controle e intervenção dos professores", comentou Marcelo.

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