
Criado por Larissa Rimulo em sex, 25/04/2025 - 17:55 | Editado por Patrícia Pereira há 3 semanas.
Em sua fala, Roberta destacou que o racismo e o sexismo são reproduzidos desde a infância, reforçando a necessidade de ações pedagógicas, ainda na educação básica, que desconstruam estereótipos. Segundo ela, "não podemos ignorar que as crianças chegam às escolas carregando preconceitos enraizados socialmente", por isso, se essa situação não for enfrentada "desde cedo, essas dinâmicas se perpetuam no ensino superior e na sociedade", completou, enfatizando o papel da escola como espaço crítico para romper ciclos de violência e exclusão.
A vice-reitora também abordou a importância de tratar o racismo com a devida seriedade, rejeitando abordagens superficiais que o equiparam a outros conflitos: "Racismo não pode ser minimizado ou mascarado sob outros termos. É uma violência estrutural que exige reconhecimento claro e medidas institucionais efetivas", pontuou.
Nessa mesma direção, a vice-reitora enfatizou que o racismo precisa ser reconhecido e enfrentado de maneira clara nas escolas e nas universidades, sem ser suavizado ou confundido com outras formas de violência. "Racismo não é bullying, racismo é racismo e tem que ser tratado como tal, e negligenciam isso", afirmou, criticando a banalização do tema no cotidiano escolar.
A audiência, realizada na quarta (23), foi conduzida pela deputada Dandara Tonantzin, reunindo majoritariamente mulheres. Participaram representantes de entidades civis, organizações antirracistas e membros do governo. Na oportunidade, Dandara ressaltou a importância de as mulheres serem protagonistas desse processo, lembrando que "ninguém precisa falar por nós, nós temos voz! Só precisamos que nossas vozes sejam ouvidas".
EDUCAÇÃO - A discussão integra um movimento mais amplo a partir da criação pelo MEC, em maio de 2024, da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ). A proposta é promover uma combinação de esforços coletivos da União, estados e municípios para colocar em prática as ações e programas que buscam superar as desigualdades étnico-raciais na educação brasileira e promover a política educacional para a população quilombola.
Na UFOP, importante passo foi dado nessa direção com a criação do Departamento de Estudos Africanos, Afro-Brasileiros e Indígenas (Deabi), ligado ao Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), em Mariana, aprovada pelo Conselho Universitário (Cuni) em fevereiro passado. A proposta é aprofundar os estudos e pesquisas relacionados às temáticas africana, afro-brasileira e indígena, promovendo a luta antirracista, o conhecimento e o respeito à diversidade junto à comunidade acadêmica.