O filme “O silêncio das ostras” foi dirigido por Marcos Pimentel, com a participação das atrizes Bárbara Colen e Lavínia Castelari no papel de Kaylane. A sessão contou com a presença do diretor, que apresentou o filme antes da exibição e participou de um bate-papo com o público ao final.
Ambientado na região de Brumadinho (MG), o filme retrata a vida de uma família humilde que sobrevive da atividade mineradora que domina o vilarejo. Com mais de 25 anos de carreira como documentarista, Marcos Pimentel reuniu histórias e experiências pessoais para construir os personagens do filme. "Eu conheci uma série de pessoas, conheci muitas 'Kaylanes', e resolvi trazer isso para o filme. Eu coloquei uma série de elementos muito pessoais, que tem a ver com coisas que vivenciei, como histórias que escutei de pessoas, que escutei da minha mãe, coloquei a minha própria relação com a minha mãe”, relata o diretor.
Segundo ele, “O silêncio das ostras” é uma contribuição sensível e crítica para refletir sobre a forma como os recursos naturais vêm sendo explorados. “É o nosso trabalho de formiguinha para que a gente repense a exploração desenfreada dos nossos bens naturais”, comenta.
Com exibições em diversas cidades do Brasil e também no exterior, o longa tem recebido uma recepção calorosa. “As pessoas saem do filme com muita vontade de se abraçar e com vontade de falar sobre ele, com vontade de recomendar o filme para que outras pessoas possam assistir”, afirma Marcos. A sessão realizada na última semana em Ouro Preto foi marcada por uma sala lotada e aplausos ao fim da exibição. Entre os presentes, estavam moradores de distritos diretamente afetados pela mineração, como Antônio Pereira e Miguel Burnier. Para o diretor, exibir o filme nesses contextos é especialmente significativo. “A manifestação dessas pessoas afetadas pela mineração depois do filme foi interessante, foi uma sessão muito emotiva, carregada de sentimentos, onde as pessoas queriam falar. Nos comentários elas se diziam extremamente representadas pelo filme”, destaca.
O filme segue em exibição por diversas cidades do país, acontecendo também em outras em regiões atingidas pela mineração e por rompimentos de barragens.