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Mais da metade das vagas dos ingressantes do 25.1 é ocupada por pretos e pardos e número de PCDs aumenta

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Clara Lamacié
Três pessoas conversam ao ar livre, uma delas segura uma câmera e gesticula explicando algo. As outras duas observam atentamente, sorrindo, em um momento de troca de ideias.
Uma fila formada por pretos e pardos da UFOP ocupou a entrada do Restaurante Universitário do Morro do Cruzeiro, no dia 20 de agosto. O encontro foi motivado pela presença da fotógrafa francesa Hélène Jayet, que trouxe para o campus seu projeto fotográfico "Cabeça Erguida", que busca captar retratos que exploram a diversidade dos cabelos. 
 
Pessoas com tranças, cabelos crespos e cacheados de variados tipos se apresentaram para ter seus rostos registrados com a face erguida. O objetivo das fotografias é encorajar essa postura confiante, destacando a presença desses corpos na sociedade. Hélène conta que, ao chegar no Brasil, percebeu uma enorme diferença social. Para ela, levar o projeto para dentro da Universidade é entender a educação como ação de amor e usar esse espaço para seu ensaio é uma forma de reparação.
 
"Trazer a performance para Minas Gerais é muito importante, porque existe uma história horrível para pessoas pretas e pardas. Ouro Preto é Patrimônio Mundial pela Unesco, o que é belíssimo, mas ao mesmo tempo existe uma parte triste e lamentável. Com esse projeto busco dar visibilidade e oferecer um espaço de liberdade", completou.
 

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Clara Lamacié
Mulher negra com cabelo cacheado e camiseta colorida olha para cima com expressão atenta, em um ambiente com luz natural. Está usando brincos de argola e uma jaqueta jeans.
Klevilaini Alves é fotografada para o projeto Cabeça Erguida
De fato, com a iniciativa, os estudantes se sentiram vistos, como observou Kaio Serafim, do curso de Artes Cênicas: "É de grande importância esse projeto acontecer aqui em Ouro Preto, que é uma cidade nascida e formada por pessoas pretas. 'Cabeça Erguida' é uma forma de valorização de quem nós somos e mostra que pessoas pretas estão aqui. Inclusive, estamos muito bonitos aqui!".
 
Também do curso de Artes Cênicas e integrante do projeto coordenado pela vice-reitora, Roberta Froes, "Cabelos que Contam", Klevilaini Alves dos Santos participou da ação auxiliando no preenchimento dos formulários de participação. "É uma forma de ter uma reparação histórica de nossos cabelos e traços, que fazem quem nós somos, mas que já foram motivo de piada e chacota. Então, fico muito feliz de ter uma atividade enaltecendo nossa beleza natural", comentou.
 
A sessão fotográfica é uma realização da Embaixada da França no Brasil, em uma proposta de diálogo entre culturas, celebrando a Temporada França-Brasil. A fotógrafa Hélène Jayet pretende passar por outros lugares no Brasil para aumentar seu acervo de retratos. Ela se despediu da UFOP deixando expresso o desejo de retornar com uma exposição.
 
Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o Instagram.
 
PERSISTIR PELO DIREITO DA PLURALIDADE - Hélène Jayet faz parte do grupo de pessoas ativas dispostas a reivindicar os direitos pela diversidade dentro dos espaços sociais. Sua passagem pela UFOP coincidiu com o mês de celebração do aniversário da sanção da Lei de Cotas no país, que relembra o papel da universidade na democratização do acesso ao ensino.
 
Desde 2008, antes mesmo da promulgação da Lei nº 12.711/2012, a UFOP já reservava 30% das vagas dos cursos de graduação para egressos de escolas públicas. A partir de 29 de agosto de 2012, o país ficou marcado pela conquista de uma política pública afirmativa que mudou os corredores dos institutos de ensino superior, ao expandir os tipos de cotas. Atualmente, além da categoria de cota para estudantes de escola pública, o sistema conta com cota para população preta, parda e indígena e para pessoas com deficiência.
 
A cada ano que passa, é possível perceber a influência de ações de diversificação na Universidade. O perfil de ingressantes do primeiro semestre deste ano revela a ocupação de 52,9% das vagas na UFOP por pessoas pretas ou pardas. Além disso, desde a reformulação da Lei de Cotas, em 13 de novembro de 2023, o número de pessoas declaradas com deficiência aumentou , com 28 vagas ocupadas, isto é, dez ingressantes a mais em comparação ao segundo semestre de 2023 — antes da reformulação da lei — quando foram 18 ingressantes PCDs.
 
As cotas são um dos primeiros grandes passos para garantir uma experiência igualitária no ensino superior. Engajada no compromisso democrático de inclusão social, a UFOP segue viabilizando possibilidades de ensino, pesquisa, extensão e cultura para todos os segmentos sociais.
 
CONFIRA O PERFIL DOS INGRESSANTES NO 25.1:
 
DECLARAÇÃO DE COR DE PELE
 
Amarela – 13 (1,06%)
Branca – 562 (45,95%)
Indígena – 1 (0,08%)
Parda – 453 (37,04%)
Preta – 194 (15,86%)
 
DEFICIÊNCIA
 
Foram recebidos 20 candidatos pela reserva de vagas para pessoas com deficiência.
28 pessoas declararam possuir deficiência, independentemente da modalidade de ingresso.
 
GÊNERO
 
Sexo feminino – 653 (53,39%)
Sexo masculino – 570 (46,61%)
 
IDADE
 
Com menos de 18 anos: 8 (0,65%)
De 18 a 24 anos: 1.070 (87,48%)
De 25 a 40 anos: 119 (9,73%)
Acima de 40 anos: 26 (2,12%)

 

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