Criado por Ingrid Mitsue em sex, 28/07/2017 - 17:54 | Editado por Lígia Souza há 7 anos.
Justiça, resistência, paz, esperança e palavras de ordem contra a atual governabilidade no país. Essas foram algumas das expressões ditas por estudantes e professores quando indagados sobre um vocábulo que expressasse algum desejo para o tempo atual. A atividade foi uma das ações propostas pela Semana de Serviço Social que ocorreu nos dias 25, 26 e 27, no Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (ICSA).
O evento, organizado por alunos e professores do curso de Serviço Social, contou com rodas de conversa, debates e oficinas. O estudante Iago Vinicius, um dos organizadores, afirma que "é muito importante mesas que promovam essas discussões. O meio acadêmico ainda é elitista, e temos que levar esses debates para a comunidade. Acredito que o principal intuito dessas mesas é promover mobilizações para que possamos dar respostas e construir coletivamente com a população, fora da Universidade".
Para a estudante, Ligian Lacerda, que participou das atividades, o evento promoveu a interação entre alunos, professores e comunidade, e foi uma oportunidade para estudantes de todos os cursos conhecerem mais sobre o Serviço Social. De acordo com o estudante Edvaldo César Rocha, as rodas de conversa sobre evasão no curso, as dificuldades de conseguir estágio e saúde mental foram discussões importantes no meio acadêmico e devem ser mais exploradas.
RESUMOS - Na quarta-feira (26), os alunos apresentaram trabalhos de Iniciação Científica. A exposição teve como objetivo ser um instrumento de socialização com base nos relatos de pesquisas já concluídas e as que ainda estão em processo de elaboração. A professora, Carina de Souza, contou que as apresentações não se restringiram apenas a resultados finais de pesquisas concluídas, mas também preocupação em debater algo ainda em processo de construção. A proposta da exposição foi apresentar experiências do cotidiano profissional ufopiano tanto do Serviço Social, quanto de outras categorias, por meio de pesquisa nas disciplinas do curso.
CONVERSAS - Na última quinta-feira (27), aconteceu, no auditório do ICSA, uma roda de conversa que colocou em debate os movimentos sociais: feminista, sem-terra, étnico-racial e estudantil.
Daniela Maia e Carolina Reis, representantes do Ninfeias, movimento feminista, abriram a roda de conversa com uma dinâmica em que os participantes puderam expressar seus desejos para o futuro. Baseando-se nisso, colocaram em discussão as atitudes machistas que rondam o cotidiano. Daniela e Carolina contaram que o Núcleo de Investigação Feminista atua desde 2013 e desenvolve suas atividades em Ouro Preto e Antônio Pereira.
Kuruzu foi o representante do MTST, movimento dos sem-terra e sem-teto. Ele esclareceu que o coletivo "Ocupação Chico Rei", em Ouro Preto, luta por moradia que, desde 2004, combate a repressão enfrentada e conta com o apoio da população local.
O movimento étnico-racial foi representado por Adilson Pereira dos Santos, participante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro e Indígena (Neab). O Neab existe desde 2012 e tem como objetivo que a Universidade também aborde e reflita sobre questões de raça. Além disso, Adilson falou sobre resistência e importância da política de cotas.
Por fim, Fatini Santos, Felipe Coelho e Ana Clara Monteiro colocaram em pauta o Mess, movimento estudantil. O grupo apontou as diferenças entre a universidade pública e a particular, além de abordar as dificuldades enfrentadas pelo movimento e de como ele agrega questões de gênero e raça.
Mariana Viana, estudante do curso Serviço Social e integrante da organização da Semana de Serviço Social, diz que espaços de discussões são muito relevantes, pois "a universidade é local importante de discussão, já que muitos movimentos são deixados de lado e são criticados".