Organizada pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) e pela Diretoria de Comunicação Institucional (DCI), a cerimônia realizada no Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas (Icsa) teve a finalidade de oficializar a troca da frequência e celebrar o aumento da potência da Rádio UFOP. O processo de mudança iniciou em 2021 e, com sua conclusão, a emissora passa a ser ouvida também em zonas rurais das cidades de Mariana e Ouro Preto.
A Rádio operava na sintonia 103,5 MHz FM desde 2020, quando a primeira antena foi instalada no Icsa. Logo depois, a transmissão foi transferida para o Pico da Cartuxa, em Mariana, que é mais alto e possibilitou, portanto, a expansão da cobertura em sinal aberto. Agora, com a mudança de frequência, a Rádio passa a ser transmitida na sintonia 97,7 MHz FM.
O diretor de Comunicação Institucional da UFOP, Chico Daher, comenta a expansão do alcance da Rádio na região. "Com esse aumento de potência de transmissão, a gente melhora o nosso potencial de chegar às pessoas. A gente está chegando melhor nas áreas rurais de Mariana e Ouro Preto, onde temos verdadeiros desertos de comunicação".
Segundo o coordenador da Central de Comunicação Público-Educativa (CCPE), Marco Antônio do Nascimento, o setor administrativo contratou três empresas para a execução dos serviços de aumento da potência dos transmissores e licenciamento do sistema irradiante. Essa contratação foi necessária porque a Universidade não possui servidores legalmente habilitados para efetuar as tarefas. "Todo o procedimento envolveu também o pagamento de diversas taxas emitidas pela Anatel e pelo Ecad, a fim de regularizar a emissora junto a esses órgãos reguladores", conclui.
Harrison Bachion, diretor do Icsa, explica que a Rádio UFOP realiza dois papéis importantes na comunidade: o primeiro diz respeito à atuação qualitativa da Rádio como um contraponto à desinformação, fornecendo, assim, informações com confiabilidade; já o segundo ponto, complementa o diretor, tem relação com a divulgação efetiva dos materiais de pesquisa e de extensão para além dos muros da Universidade, aproximando a UFOP da comunidade.
"Fortalecer a Rádio UFOP é edificar também o ensino de rádio e o ensino de radiojornalismo no nosso curso", comenta a vice-coordenadora do PPGCOM e professora do Departamento de Jornalismo (Dejor), Débora Queiroz. Ela também ressalta a expressividade dos estudos sobre rádio na UFOP: "Aqui, os pesquisadores trabalham com os estudos de rádio, podcasts, radiojornalismo e com os sons da cidade, e isso possibilita uma diversidade de olhares para entender o papel do rádio na sociedade", explica.
O evento contou com a participação do Pró-Reitor de Planejamento e Administração, Eleonardo Lucas Pereira; do diretor do Icsa, Harrison Bachion; do diretor de Comunicação Institucional da UFOP, Chico Daher; da vice-coordenadora do PPGCOM, Débora Queiroz; da diretora-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Maíra Bittencourt; e do assessor da Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (SPDigi/Secom-PR), Octavio Penna Pieranti.
A rádio também pode ser ouvida nos dispositivos da assistente virtual Alexa, na Eduplay, no Spotify, no site da Rádio e na plataforma de conteúdo audiovisual da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
Comunicação Pública e Democracia - Logo após a solenidade, foi realizada uma palestra sobre "Comunicação Pública e Democracia", com a participação do assessor SPDigi/Secom-PR, Octavio Penna Pieranti, e com a diretora geral da EBC, Maíra Bittencourt. A mesa ainda contou com a mediação da chefe de Divisão de Rádio da UFOP e membro do PPGCOM, Luana Viana.
Segundo dados recentes do Kantar Ibope, o brasileiro consome televisão por 5h14min e rádio por quase 4h por dia. Tirando a realização de atividades como alimentação, sono e deslocamento, esses dados representam quase um terço do dia. O assessor Octavio Penna alia esses dados à importância da comunicação pública nos veículos televisivos e sonoros: "Quando a gente fala de comunicação pública, temos a segurança de um ambiente focado na integridade da informação, no combate à desinformação, na oferta de uma outra visão de mundo e na discussão de problemas locais", explica.
Tendo sua atuação voltada à expansão da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), coordenada pela EBC, Octavio exemplifica que, de 1967 a 2010, existiam apenas 35 emissoras de rádio e televisão nas universidades federais. Por isso, a EBC vem trabalhando na ampliação das redes das Instituições de Ensino Superior (IES). Neste ano, 65 IES (dentre elas, 35 universidades federais, 14 universidades estaduais e 16 institutos federais) assinaram um documento que solicita a alteração de mais de 160 emissoras de rádio e TV no Brasil. Isso significa que vai ocorrer a maior expansão da rede pública de comunicação universitária da história do país, segundo ele.
A diretora-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Maíra Bittencourt, fala um pouco sobre a importância da comunicação pública para a sociedade, com o objetivo de dar voz à pluralidade de "sotaques, estilos de vida, culturas e regionalidades", e para que essas pessoas possam se enxergar nesse reflexo. Ela acrescenta ainda que a EBC tem trabalhado com editais de coprodução, a exemplo do edital em que a UFOP foi contemplada. "A gente entende que nos últimos anos as instituições de ensino têm sofrido com a restrição orçamentária e muitas vezes a chegada de recursos para a produção de comunicação é difícil; a presença desses editais fortalece a comunicação dos parceiros da EBC de um modo mais amplo", conclui.