Dar sequência, reiniciar e começar novas etapas são movimentos que fazem parte de nosso cotidiano e dão significado às nossas vivências, ainda que a vida não siga necessariamente uma linha reta e não costume respeitar a hierarquia da ordem que essas palavras podem sugerir. Ao planejar nosso dia a dia, ao finalizar mais um ano, ao vislumbrar novos momentos, nos colocamos sempre na condição de decidir sobre as posturas a serem tomadas diante dos prováveis efeitos de mais um passo que temos que dar.
O momento que vivemos é muito marcante no que se refere a tomada de decisões. Chegamos ao final de 2021 tendo uma melhor dimensão dos impactos que sofremos com a experimentação de um choque jamais vivido por qualquer um de nós. Ainda estamos convivendo com uma pandemia em escala global e, mesmo assim, trabalhamos com a retomada dos contatos presenciais para 2022, buscando a manutenção das melhores condições de segurança. São dezenas de ações de investigação das soluções necessárias para o novo cenário, que não será de retorno ao que éramos, mas que pode trazer bons resultados e boas relações.
Durante a pandemia, suspendemos algumas de nossas atividades presenciais mas intensificamos a dedicação na busca por cumprir nosso papel de garantir a educação pública e inclusiva, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade de forma justa. Principalmente na área das ciências biológicas e da saúde, foram muitas horas dedicadas aos diagnósticos de covid-19, às investigações sobre o vírus e à procura de alternativas para garantir a saúde e a vida dos infectados. Quando pensamos em universidade, podemos dizer que esse "continuar" é uma jornada que agrega a força de diferentes linhas de pensamento e experiências, seja no âmbito da gestão, do corpo docente, dos técnicos-administrativos ou dos estudantes.
Neste momento, temos que encontrar as melhores condições para retomar o que foi suspenso temporariamente. As rotinas de contatos pessoais, de trâmite de documentos, de ocupação dos espaços e de troca de conhecimento necessitam de novos parâmetros para se estabelecerem. Ponderar os impactos e ter empatia com o próximo são duas posturas essenciais para analisar novas propostas. Esse esforço também será demandado de todas as instâncias da Instituição, para que não suplantemos as emoções e as dificuldades na busca de um "novo normal". As pessoas experimentarão uma nova realidade no próximo ano.
Precisamos adequar o nosso ambiente para abrigar aqueles que estão iniciando suas jornadas, especialmente os discentes, que dão sentido a todo o nosso trabalho. O olhar renovador de quem ingressa na Universidade buscando a transformação da própria vida, dos próximos e de toda a sociedade é um brilho que precisa nos tocar e motivar. Alguns estudantes estão chegando à metade de seus cursos e não tiveram ainda a oportunidade de conhecer as pessoas e os lugares que serão um marco na sua formação. A colaboração e a possibilidade da troca serão demandadas a cada dia, até que essa diferença seja amenizada e superada pela dedicação coletiva.
Continuar, recomeçar e iniciar são movimentos intrínsecos e necessários às nossas vidas, movimentos que precisam ser pautados na alteridade, na solidariedade, na busca pela produção diária de novas relações que extrapolem os limites da Universidade. Independentemente do momento de vida, da posição ocupada, das diferenças sociais e das perspectivas de mundo, o nosso lugar é à frente dos desafios e na busca pelo descobrimento de chaves para abrir novas portas, cotidianamente. Aos que estão retomando, pedimos apoio e cuidado consigo mesmos e com os demais! Aos que estão no início, aguardamos sua energia e suas provocações, para que tenhamos a possibilidade de outras perspectivas!
Que nesses caminhos distintos a gente se encontre com as melhores condições de intensificar, retomar e criar relações significativas de trabalho e de afeto, conosco e com o próximo. Feliz 2022!
Cláudia Marliére – Reitora
Hermínio Nalini Junior – Vice-reitor