Criado por Matheus Santos em sex, 11/10/2019 - 15:23 | Editado por Lígia Souza há 5 anos.
O Centro de Artes e Convenções da UFOP recebeu nesta sexta (11) o primeiro encontro do projeto "Diálogos Emergentes - A Universidade Pública em Debate", que contou com a participação do reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), João Carlos Salles.
O convidado fez uma apresentação sobre "Os rumos da universidade pública brasileira" e introduziu o debate. "Conversamos sobre a situação da universidade, esse patrimônio que tem sofrido muitos ataques, e discutimos sobre o orçamento", declarou o reitor, que compôs a mesa ao lado da reitora da UFOP, Cláudia Marliére, e do vice-reitor, Hermínio Nalini.
João Salles trouxe uma discussão sobre a desvalorização da universidade perante a sociedade e sobre a exclusão da Extensão no programa Future-se, rejeitado pela UFOP. Outro ponto fundamental do debate foi a questão financeira, visto que parte do orçamento destinado à manutenção das universidades ainda encontra-se bloqueado. "Estamos lutando para conseguir o desbloqueio das verbas para o funcionamento regular", afirmou o presidente da Andifes.
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O debate terminou com rodadas de perguntas, que envolveram temas como a nomeação de reitores nas universidades, a valorização da Extensão, o papel estratégico da Comunicação no fortalecimento da imagem das Ifes e as possibilidades de mobilização eficazes em favor da universidade pública. "Eu acho que João tem essa perspicácia e esse equilíbrio que nós precisamos em um dirigente, hoje, na Andifes. Ele tem se colocado favorável aos direitos dos trabalhadores e defende a instituição, e isso nos fortalece cada dia mais. E também, como ele disse, a gente está sob ataque. Trabalhamos um dia de cada vez. E quem sabe não veremos mudanças positivas no horizonte", disse a reitora, acrescentando que pretende convidar o reitor para novo debate na UFOP.
ORÇAMENTO 2020 - Em entrevista à imprensa, os reitores demonstraram preocupação com o orçamento previsto para o próximo ano que, além de não ser reajustado, terá parte de seus valores bloqueados. "Agora há uma luta também para que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) garanta 100% do orçamento para o ano que vem, que atualmente conta com 70% garantido e 30% ainda sob revisão, dependendo de aprovação parlamentar, e isso é muito preocupante", afirmou o reitor da Ufba. A UFOP também está com as atividades em risco. Segundo a reitora, "deve haver uma complicação muito grande para a abertura das universidades no início do próximo ano. Se o PLOA for aprovado da forma como está, provavelmente teremos dificuldade de colocá-las em funcionamento".
Confira o debate.