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Professora da UFOP é convidada a fazer parte do Ministério da Igualdade Racial

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Arquivo Pessoal
A professora Sheila Dias Almeida, do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), foi convidada a integrar a equipe do Ministério da Igualdade Racial do governo federal, em Brasília, somando-se a outros membros da UFOP também chamados a contribuir com o trabalho do atual governo.
 
Sheila acumula mais de 25 anos em diversas lutas à frente de movimentos sociais, a começar pela imersão em um movimento pela implementação de ações afirmativas, com a sua entrada no movimento estudantil, em 2004, antes mesmo de ingressar no curso de Serviço Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
 
Mestre e doutora pela mesma instituição, Sheila também ocupou posições de grande representatividade em uma época em que o espaço para pessoas pretas ainda era muito restrito. "Minha inserção no movimento estudantil me levou a ocupar o cargo de representante nacional discente na Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), no biênio de 2009 a 2010 — talvez tenha sido a primeira estudante negra a assumir esse nível de representação. Construímos o Colóquio de Serviço Social e as Relações Étnico-Raciais, realizado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro", conta.
 
Ela relembra sua trajetória enquanto mulher negra, docente, intelectual e militante pela efetivação da igualdade racial no Brasil. "Falar da minha trajetória é me dar conta que já fazem mais de 25 anos que tenho construído coletivamente essa e outras frente de luta. Isso me permite falar em primeira pessoa, algumas vezes no singular e outras no plural", afirma, completando que "utilizo-me da 'escrevivência' para que eu possa me encontrar, ter e ser voz, ou ainda, como diria Bell Hooks (2020), falar, ser capaz de nomear e reclamar para si a posição de sujeite". 
 
Outro destaque em sua trajetória é o fato de ter composto uma frente nacional de pesquisadores negros que, posteriormente, consolidou a questão étnico-racial como tema dos GTPs (Grupos de Trabalho e Pesquisas) da ABEPSS, especialmente o de "Serviço Social, relações de exploração/opressão de gênero, raça/etnia, geração, sexualidades".
 
Segundo Sheila, o convite para assumir o cargo veio depois de uma seleção de pesquisadoras(es) de todo o Brasil e de uma série de entrevistas realizadas pela Diretoria de Políticas de Ações Afirmativas. "Minha atuação no ministério será de forma coletiva, com um corpo técnico que vem acompanhando o PL de número 12.990/2014 (atualmente lei aprovada, mas com prazo de término), que, em seus artigos 1º e 3º, determina a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos para pessoas negras. Tal PL está em momento de revisão e isto reforça a necessidade de uma produção técnica e teórica sobre a efetuação dessa lei, para diminuir os impactos do racismo na contratação de pessoas negras em diversos níveis de concursos públicos do Brasil".
 
Diante do convite, a docente e pesquisadora ressalta que a união e a presença de pessoas que acompanharam de perto sua trajetória foi de grande importância para sua conquista. Sheila evidencia também o aprendizado ancestral vivenciado na filosofia iorubana do Ubuntu, ou do "sou porque somos", e ainda no adinkra, representado pelo pássaro sankofa, para enfatizar que é necessário sempre olhar o passado para realizar o presente e vislumbrar o futuro. "Agradeço ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) da UFOP, aos coletivos de militância de que participo, dentre eles o Itéramãxe (coletivo múltiplo e diverso que incentiva e prepara mães solo, pessoas com deficiência, indígenas, LGBTQIAPN+, pretas, pardas, ribeirinhas e quilombolas para entrar nas diversas pós-graduações do Brasil), e também a algumas ex-professoras e professores que me incentivaram muito".
 
O MINISTÉRIO - A função do Ministério da Igualdade Racial é fortalecer as políticas de promoção da igualdade racial que começaram há mais de 20 anos no país. O gabinete tem como objetivo lutar por direitos, justiça, reparação, memória e eliminação do racismo no Brasil. Também busca promover políticas para quilombolas, povos e comunidades tradicionais, entre outros. 
 

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Arquivo Pessoal
Professora Sheila Dias Almeida
 

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