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Redução de orçamento preocupa Comissão de Monitoramento

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Reprodução / Google Meet
Redução orçamentária e auxílio emergencial de alimentação para estudantes foram os dois pontos da pauta de discussão da reunião da Comissão de Monitoramento Administrativo e Acadêmico realizada remotamente nesta terça (25). Participaram do encontro representantes da Associação dos Docentes da UFOP (Adufop), do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFOP (Assufop), do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e da Administração Central. A reitora Cláudia Marliére fez uma explanação geral sobre a situação da UFOP, a partir da aprovação da Lei Orçamentária Anual, sancionada pela Presidência da República, que destina recursos para a Instituição com menos 16% em comparação com o que foi recebido ano passado. Segundo a reitora, trata-se de uma situação complexa, que pode levar a Universidade a comprometer serviços e o sistema de assistência estudantil em curso, considerado um dos melhores do país.
 
A situação ficou menos tensa com a publicação de uma portaria do Ministério da Economia, no último dia 11, disponibilizando os 60% de recursos até então contingenciados para os orçamentos da Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), conforme explicação do pró-reitor de Planejamento, Orçamento e Administração, Eleonardo Lucas. Segundo ele, o valor disponibilizado por força dessa portaria é de R$ 45,9 milhões, com destinação para pagamento de energia elétrica, limpeza, segurança, manutenção, além de cobrir as ações de investimentos, como obras e aquisição de equipamentos.
 
O professor Rodrigo Fernandes Ribeiro, um dos representantes da Adufop na reunião, manifestou sua preocupação indagando sobre "até quando a gente consegue sobreviver, mantendo, inclusive, os direitos dos estudantes". A reitora lembrou que o corte de 16% significa que a UFOP terá R$8,9 milhões a menos em seu orçamento e que, se não houver uma recomposição orçamentária, as ações planejadas para até o final do ano serão comprometidas. A recomposição orçamentária se faz necessária, segundo ela, uma vez que as universidades já vêm sofrendo quedas em seus orçamentos desde 2011.
 
Em termos comparativos, Marliére lembrou que, naquela ocasião, a UFOP tinha R$ 43 milhões destinados a investimentos, contra os atuais R$1,3 milhões. Essa defasagem, segundo ela, pode ser percebida na redução do volume de obras, nas reformas prediais e na aquisição de equipamentos. Assim, diante cenário, o grupo entendeu que ações conjuntas, em nível nacional, entre os segmentos representativos de reitores, técnicos, professores e alunos devam ser desencadeadas no sentido de sensibilizar governo e parlamentares na busca dessa recomposição.
 
ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL - A UFOP, que hoje é referência nacional na política de assistência estudantil, sofre perdas mais severas nesse lugar, na avaliação da pró-reitora de Assuntos Comunitários e Estudantis, Natália de Souza Lisboa. Ela explica que, para o Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), a redução orçamentária será da ordem de 20%. De imediato, para que as bolsas de assistência continuem sendo pagas, inclusive para os novos alunos, será necessária a suspensão do pagamento do Auxílio Alimentação emergencial.
 
Lisboa lembrou que os beneficiários do auxílio emergencial estão entre os 2242 estudantes contemplados com as bolsas permanência que continuarão sendo pagas, reiterando que a suspensão proposta, mesmo não sendo uma medida agradável, vai garantir que os subsídios do Pnaes continuem atendendo aos alunos de vulnerabilidade socioeconômica da UFOP, da graduação e da pós-graduação, incluindo os calouros, uma vez que as avaliações socioeconômicas continuam sendo realizadas. Segundo ela, a esperança de uma recomposição orçamentária pode reverter a situação do momento.
 
O representante do DCE, Kairo Viana Nogueira de Souza Martins, também manifestou preocupação com a questão orçamentária e com os prejuízos que esta já começa a causar no meio estudantil. Disse, porém, que, diante da falta de recursos, a manutenção das bolsas-permanência, inclusive para os novos alunos, passa a ser prioridade. De imediato, como forma de amenizar a situação dos alunos que apresentam mais dificuldade para se manter na pandemia, ele irá propor uma campanha para arrecadação de fundos e suprimentos envolvendo toda a comunidade universitária.
 
Participaram também da reunião, representando o sindicato Assufop, Felipe da Fonseca Martins; da Adufop, Joana Ferreira do Amaral e Deborah Kelly Nascimento Pessoa; do Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus, Ana Lages; e, representando a Administração Central, o vice-reitor Hermínio Nalini Junior e o chefe de gabinete, Élido Bonomo.

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