Durante a abertura do 20º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros e do Encontro da Educação da Mostra de Cinema de Ouro Preto, foi dado um passo importante rumo à consolidação de Ouro Preto como referência no campo audiovisual. O reitor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Luciano Campos, assinou o protocolo de intenções para a criação do curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual na Instituição.
A mesa de abertura do evento reuniu autoridades de diversas esferas do poder público e da cultura, todas defensoras da criação do curso. Participaram o presidente do Conselho Nacional de Educação, Cesar Callegari, o conselheiro presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, Durval Ângelo, a deputada federal Jandira Feghali, a secretária nacional do Audiovisual, Joelma Gonzaga, e o diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), Paulo Alcoforado. A mediação foi feita por Laura Bezerra, que é professora e pesquisadora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
A assinatura representa a formalização de um antigo desejo da comunidade acadêmica. "Esse curso é um sonho de muitos professores, da Universidade e também de Ouro Preto. É uma iniciativa que nasce com uma vocação muito clara, porque a cidade tem um histórico com o cinema e o audiovisual. É uma proposta que carrega não só valor artístico e cultural, mas também potencial econômico para a região", afirmou o reitor.
A proposta do novo bacharelado foi comemorada também por representantes de órgãos nacionais. O presidente do Conselho Nacional de Educação, Cesar Callegari, destacou a importância estratégica da formação: "Uma escola de cinema representa um alcance extraordinário. Hoje, todas as áreas demandam profissionais com capacidade criativa e pensamento crítico. Esse curso tem tudo para se tornar um novo polo de criação para a região. A UFOP merece todo nosso apoio."
Para o professor da UFOP Adriano Medeiros da Rocha, coordenador da Comissão Especial de Pesquisa e Implantação do Bacharelado e um dos idealizadores da proposta, o curso terá um impacto muito significativo para a Instituição. "A criação de um curso de arte já é, por si só, algo muito importante, mas hoje vivemos numa cultura profundamente audiovisual e ela nos atravessa o tempo todo, em todos os espaços. Por isso, esse bacharelado agrega valor não apenas ao Instituto de Filosofia, Artes e Cultura (Ifac), ao qual no futuro estará vinculado, mas também à UFOP como um todo e às comunidades do entorno. É um curso com um perfil fortemente extensionista, que dialoga com a região, com a arte e com a cultura de forma muito plural, inclusiva e singular. Estamos falando de um projeto que amplia os horizontes da Universidade e da sociedade", afirmou.
O diretor da Ancine, Paulo Alcoforado, por sua vez, ressaltou a conexão histórica e simbólica entre Ouro Preto e o audiovisual. "A cidade é, há tempos, cenário de produções audiovisuais. Está no imaginário brasileiro, nas imagens barrocas e neoclássicas, na sonoridade dos compositores. É natural que tenha um curso como esse, porque responde a uma vocação histórica da cidade."
Luciano explica que, embora a assinatura do protocolo represente um avanço significativo para a UFOP, ainda existem etapas importantes a serem cumpridas. "O curso será levado ao Conselho Universitário e será necessário viabilizar a infraestrutura e contratar professores e técnicos administrativos; mas estamos comprometidos com essa construção coletiva", concluiu.