Mestranda em Artes Cênicas, Thais Alessandra foi selecionada para residência artística em Montevidéu, no Uruguai, por sua apresentação da performance
"Lugar de Fala? (2019)" na 1° Bienal Black Brazil Art, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
A Bienal, cujo tema foi "Mulheres (In)Visíveis", reuniu obras realizadas por mulheres ou inspiradas na temática feminina e feminista, principalmente afro-brasileira. O evento realizou duas seleções a primeira com mais de 100 artistas que expuseram seus trabalhos em Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR); a segunda com os artistas que mais se destacaram no evento para uma residência artística internacional.
A performance "Lugar de Fala? (2019)" é uma provocação sobre o silenciamento do negro nas instituições de poder. Thais buscou criar uma reflexão acerca da anulação da subjetividade do povo preto. "Eu não quis mais retratar o negro como uma retórica da escravidão, mas sim com uma mordaça social que nos colocam há séculos, representada pela releitura da mordaça histórica da escrava Anastácia".
A artista conta que em uma apresentação de disciplina do mestrado sentiu a necessidade de abordar o lugar de fala do negro em outras questões que não fossem apenas o racismo. "Eu não quero falar só sobre o racismo, eu quero falar sobre performance. Pra mim, não existe arte negra ou branca, arte é arte. Falar sobre racismo tem que ser uma escolha do negro e não uma imposição".
A apresentação ficou entre as cinco premiadas, e, como a Bienal é um evento de curadoria independente, a verba para a residência desses artistas selecionados virá de uma
campanha de financiamento coletivo