Entre os dias 28 e 30 de novembro, no Auditório Dimas Belarmina de Souza, no ICEB, o workshop reuniu pesquisadores, docentes, discentes e parte da comunidade atingida, direta ou indiretamente, pelos rejeitos do rompimento da barragem do Fundão, promovendo debates e apresentando estudos desenvolvidos dentro do cenário ambiental e social após o desastre.
O evento, realizado com financiamento da Capes/CNPq, é uma iniciativa da rede de pesquisa Terra Água, que envolve a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Universidade Vale do Rio Doce (Univale), em Governador Valadares/MG.
O primeiro dia de evento concentrou discussões sobre saúde humana e meio ambiente, o chamado "EcoHealth", que relaciona o conhecimento já existente em saúde, transmissão de doenças, perturbações ambientais, dinâmicas ecossistêmicas e conservação biológica em integração com as consequências ambientais do desastre-crime.
No segundo dia, o foco foi a ciência cidadã, uma ferramenta de trabalho que coloca pesquisadores e cidadãos — nesse caso, os atingidos — em um mesmo patamar, como contribuintes igualmente essenciais para as pesquisas acadêmicas. Uma questão indispensável nessa discussão é como fazer esses contatos sem invadir o espaço dos atingidos, devido à recorrência com que são procurados. Os participantes do workshop neste dia tiveram a oportunidade de colocar em prática as discussões sobre esse assunto por meio de uma dinâmica, promovida pela antropóloga Carolina Comandulli.
Já o terceiro e último dia abriu espaço para a apresentação de redes de pesquisa de diversas Universidades. "Nós sabemos que existem muitos grupos de pesquisa na região. Na maior parte, e se não na totalidade delas, todos estão trabalhando isolados uns dos outros. Esse workshop, então, foi uma forma de reunir todos eles", comenta o coordenador do Terra Água e professor da UFV, Carlos Sperber.
TERRA ÁGUA — A rede de pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (UFV) atua desde 2017 com financiamento da Capes, levantando estudos do processo de recolonização da mata ciliar e ambiente aquático, aliados a um processo de intercâmbio de informações com a população atingida pelos rejeitos do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana/MG, em novembro de 2015.
OUTRAS INTERVENÇÕES — Os workshops e seminários ocorrem anualmente nas três Universidades envolvidas. Você pode acompanhar todas as ações pela
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