O Laboratório de Biologia Celular e Molecular (LBCM), do Departamento de Farmácia da Escola de Farmácia da UFOP, teve dois projetos aprovados recentemente nos programas "Ação transversal materiais avançados e minerais estratégicos", da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e "Catalisa ICT", uma iniciativa do Sebrae com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A temática dos projetos aborda "Leveduras cisgênicas para a produção de bioetanol".
Os dois projetos levaram a uma captação de recursos no valor de R$ 1.036.000,00, os quais estão viabilizando a incorporação de cinco pós-doutorandos, uma mestranda e uma bolsista de iniciação científica, além da compra de equipamentos e reagentes. As pesquisas são direcionadas ao setor sucroalcooleiro, responsável pela produção de açúcar etanol e bioetanol, dois dos principais produtos da cadeia produtiva da cana-de-açúcar.
O coordenador do Laboratório, professor Rogelio Brandão, ressaltou a importância dos projetos e destacou o potencial para contribuir com este importante setor econômico do Brasil: "em termos gerais, nós precisamos estar preparados para ajudar o país a se desenvolver, e assim promover a geração de empregos e o aumento de renda. Por outro lado, é nosso dever levar a inovação à ponta do setor produtivo".
A aprovação destes projetos fortalece a equipe do LBCM, que conta com a professora Izinara Rosse da Cruz e com o professor Aureliano Claret da Cunha, pesquisadores seniores, com a servidora técnico-administrativa Maria Jose Trópia, que trabalha há mais de 30 anos na Universidade, e com estudantes de iniciação científica, mestrado e doutorado, totalizando uma equipe de cerca de 20 pessoas.
O Laboratório, que completou 30 anos no último dia 22 de maio, desenvolve principalmente projetos voltados às aplicações biotecnológicas de leveduras, centrando agora a atenção na obtenção de leveduras cisgênicas. Em resumo, esse conceito traduz a possibilidade de transferência de propriedades específicas de leveduras selvagens, ou seja, encontradas na natureza, a leveduras industriais, com o objetivo de permitir uma vantagem operacional para processos fermentativos conduzidos por leveduras, como é o caso da produção de etanol.
O professor explica que "o nosso laboratório sabe como identificar os genes responsáveis pelas propriedades de interesse industrial, sejam eles novos genes ou genes conhecidos com pequenas modificações. Temos também competência para introduzi-los em leveduras industriais, aplicando-se às indústrias do etanol, de bebidas e de panificação". Rogelio ressaltou também que esse tipo de abordagem tem despertado o interesse de empresas, abrindo perspectivas para investimentos de empresas privadas nas pesquisas desenvolvidas nas universidades.
Outro trabalho contemplado foi o coordenado pela professora Rosa Malena, do Departamento de Engenharia de Minas (Demin). O projeto "Cadeia Produtiva do Lítio: sustentabilidade econômica e ambiental" desenvolve importantes pesquisas sobre o lítio, elemento mineral encontrado em abundância no Brasil e fundamental para a produção de baterias.