Criado por Matheus Santos em qua, 23/09/2020 - 11:20 | Editado por Patrícia Pereira há 4 anos.
O professor do Departamento de Ciências Biológicas da UFOP Rodrigo Araújo Lima Rodrigues, mestre e doutor em microbiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisa desde 2014 um grupo conhecido como vírus gigantes, que apresenta tamanho muito maior que a média dos vírus, possui genoma muito extenso e genes que não são encontrados em outros vírus.
GIGANTES DO BEM PARA O HOMEM - São vírus cujos hospedeiros são amebas e algas, organismos unicelulares muito antigos e abundantes no nosso planeta. "Hoje já sabemos que existe uma quantidade enorme de vírus gigantes espalhados por todo o planeta. Inclusive aqui no Brasil já descobrimos dezenas (talvez centenas) deles", conta o pesquisador. Segundo ele, esses vírus não causam problemas para os seres humanos, mas exercem um impacto profundo no controle de população de seus hospedeiros e na ciclagem de nutrientes da natureza.
Segundo o pesquisador, ao infectar e destruir algas e amebas, os vírus gigantes impedem que ocorra um aumento desenfreado destes organismos, impedindo assim um acúmulo deles e de suas toxinas no ambiente. Além disso, ao eliminarem esses organismos, contribuem para a liberação de compostos orgânicos essenciais utilizados por outros seres vivos, o que os torna fundamentais para a manutenção do ciclo da vida no planeta.
"O primeiro vírus gigante foi descoberto em 2003, por pesquisadores franceses: o chamado mimivírus, um vírus de amebas de vida livre. Desde então, diversos novos vírus gigantes vêm sendo descobertos", explica Rodrigo, que desenvolveu recentemente dois trabalhos junto ao grupo do professor Jônatas Abrahão (UFMG) sobre um novo mimivírus no Brasil.