Organizados em seções, os resultados apontam que 79,4% dos estudantes participaram da pesquisa e responderam ao questionário, o que corresponde a 8.932 dos 11.252 estudantes de graduação presencial. Entre os matriculados, sem contar os afastados, em mobilidade e trancados, o índice chega a 80,9%. Cerca de 90% dos bolsistas da Prace classificados socioeconomicamente (de A e D, principalmente) responderam.
No campus Morro do Cruzeiro, em Ouro Preto, tiveram maior participação os cursos de Farmácia, Medicina, Direito, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Ciências Biológicas (bacharelado), Estatística e Matemática (bacharelado e licenciatura), e as engenharias Ambiental, de Automação e de Minas. No ICHS, em Mariana, o curso de Letras Tradução (bacharelado) foi o que teve maior participação.
Também houve participação maior de estudantes do sexo feminino: 83,9%. Já a do sexo masculino foi de 75%. Quanto à raça, os que se autodeclaram brancos, pardos e pretos tiveram participação semelhante: em torno de 80%. Verificou-se também um maior número de preenchimentos por parte dos ingressantes na UFOP entre 2015 e 2018. Entre eles, mais de 80% responderam.
Além de consolidadas de maneira geral, algumas das questões foram mensuradas também por curso e unidade acadêmica, por sexo e raça, por condição socioeconômica e ambiente onde o estudante reside neste momento de pandemia.
COVID-19 - A pesquisa também questionou se o estudante tem algum fator de risco/comorbidade para Covid-19, como diabetes, cardiopatia, doenças autoimunes, entre outros. Entre os que responderam, 19,7% disseram que sim. Entre esses com risco ou comorbidades, 77,2% estão com a família durante a pandemia, 4,9% com colegas, 6,9% em república particular e 4,8% estão sozinhos.
Ainda sobre a residência durante a pandemia, 91,6% disseram estar morando sozinhos ou com até 5 pessoas na mesma residência. Os outros 8,4% moram com seis pessoas ou mais. Dos que não moram sozinhos, 56,1% declararam morar com pessoa que apresenta risco/comorbidade. Durante a pandemia, 68,8% estão morando em localidade diferente do campus onde estudam.
Outro aspecto considerado no questionário é se o estudante tem filhos em idade escolar. Cerca de 5% responderam que têm de 1 a 3 filhos em idade escolar.
Já sobre o ambiente com condições necessárias e adequadas para que o estudante participe de aulas on-line do curso no período da pandemia, 85,9% afirmaram que dispõe das condições e 14,1% responderam que não dispõe. Durante a pandemia, 27% dos estudantes consultados estão trabalhando ou realizando estágio não obrigatório. Desses, 15% em home office.
ACESSO À INTERNET - Dos estudantes que responderam ao questionário, 97,8% disseram que têm acesso à internet. Os 2,2% que responderam não ter internet justificam por fatores como falta de equipamento eletrônico (0,3%), preço do serviço (0,9%) ou indisponibilidade do serviço na localização da residência (0,6%). Com relação a aparelhos com acesso à internet, 1,4% disseram não possuir. Dos que têm acesso, 96% afirmam que conseguem acessar vídeos pela internet. Entretanto, do total de alunos que têm acesso, 19,1% informaram que a internet é muito ruim ou ruim.
Sobre aparelhos que usam para ter acesso à internet, 95,4% e 87,1% disseram que têm acesso a celular e computador, respectivamente (nesse aspecto cabia mais de uma resposta). Desses, 93,9% têm o celular exclusivamente para uso próprio. No caso do computador, a porcentagem é de 68,1%.
AULAS REMOTAS - Outro aspecto considerado de importância neste momento são as "opções que evidenciam as principais condições que o estudante teria para participar de atividades em ambiente on-line", questionadas na pesquisa. Os índices apontam:
- Conhecimento limitado sobre como usar a plataforma on-line de aprendizagem - 0,9%
- Não se aplica - 95,6%
- Necessidade de equipamento adequado - 0,7%
- Necessidade de interação com os docentes para esclarecer dúvidas - 1,9%
- Necessidade de recurso de tecnologia assistiva - 0,3%
- Possuo todas as condições para participar das atividades - 2,5%
Os estudantes também foram questionados se acham possível pensar em estratégias de estudo on-line neste momento. Do total dos respondentes, 45% disseram que sim, 42%, parcialmente, e 13% declararam não ser possível. Quando perguntados se utilizam rotineiramente o Moodle para ter acesso a materiais didáticos e/ou para se comunicar com professores que utilizam o ambiente virtual em suas disciplinas, 22,9% responderam que sim, 62,4%, às vezes, e 14,7% disseram que nunca utilizaram. A respeito da experiência e das habilidades no estudo por meio do Moodle, 12,3% responderam que têm habilidades avançadas, 31,7%, medianas, e 37,4% declararam ter habilidades básicas.
Além do impacto do isolamento social na estabilidade emocional e na situação financeira do estudante e da família, o questionário averiguou ainda se o estudante está conseguindo ter atividades de lazer, como leitura, filmes e exercícios físicos, e, em caso negativo, quais as razões.
Quanto aos estudantes que não responderam ao questionário, foram dadas orientações aos colegiados de curso para que busquem localizá-los.