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Ex-Reitora da UFMG debate sobre os caminhos da universidade no Brasil

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Helen Aquino

O Centro de Educação Aberta e a Distância (Cead) recebeu na última terça (17) a segunda edição do projeto "Diálogos Emergentes - a Universidade Pública em debate". Desta vez, a convidada foi a ex-reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Ana Lúcia Gazzola, que debateu sobre os "Caminhos da Universidade Pública no Brasil".

A convidada fez uma apresentação sobre o momento difícil pelo qual a educação superior passa no Brasil, a pressão que os reitores das Universidades Federais sofrem por parte do Poder Executivo, das Corporações e dos Órgãos de Controle, além da falta de autonomia para a realização dos trabalhos dentro das Instituições.

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Helen Aquino
Ana Lúcia Gazzola ex-reitora da UFMG
 
A professora levou dados do Censo da Educação Superior de 2018 para demonstrar que o sistema público é relevante. Foram apresentadas informações sobre distribuição de vagas presenciais e a distância, ocupação e conclusão de cursos de graduação: enquanto a oferta de vagas é maior nas instituições privadas (93,8% das vagas são oferecidas por elas e 6,2% pelas públicas), as IES públicas ocupam 80,6% das vagas, enquanto as privadas ocupam 27,1%. Além disso, dos 1.264.288 concluintes de 2018, 79,5% eram de privadas e 20,5% eram de públicas. "Se nós temos números absolutos e inferiores em comparação com as privadas, as públicas são mais eficientes em termos percentuais de taxas de ocupação e diplomação, portanto os recursos públicos estão sendo bem aplicados", conclui Ana Lúcia.
 
Os dados sobre a pós-graduação mais uma vez demonstram a relevância do ensino público, especialmente o federal: 76,1% dos cursos estão nas instituições de ensino superior públicas e apenas 25,3% são das privadas. A maior parte da produção científica também está em órgãos que não são privados, como destacou a palestrante. “94% do que se produz cientificamente, intelectualmente, academicamente no Brasil é realizado por instituições públicas, principalmente as instituições de ensino superior. 86 instituições, entras as de ensino superior, outras como a Embrapa, a Petrobrás, produzem 90% dos documentos científicos feitos no Brasil”.
 
A docente enfatizou que a formação de alunos que irão liderar o país acontece majoritariamente e com melhor qualidade nas universidades públicas, que são referência para o Brasil. Ela ainda ressalta que todos os avanços pedagógicos, teóricos e metodológicos têm vindo do ensino público.
 
O debate terminou com rodadas de perguntas que envolveram temas como a PEC 24, o programa Future-se, cotas das universidades federais, entre outros. A professora do Departamento de Educação da UFOP Keila Deslandes destacou a importância da produtividade dentro das universidades: “A universidade é produtora de conhecimento, mas também de mão de obra, que pode produzir conhecimento”.
 
Confira a palestra completa:
 
 
DIÁLOGOS - O projeto "Diálogos Emergentes" tem como proposta trazer para a UFOP palestrantes que abordem questões referentes à sobrevivência da universidade pública no país. A primeira edição, realizada em novembro, trouxe o presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal da Bahia, João Salles. Veja como foi.

 

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